A direção do Sindicato dos Trabalhadores de Limpeza da Bahia (SindilimpBA) criticou a falta de políticas para as mulheres no governo Bolsonaro e pede freio para o avanço do ultraconservadorismo no país. De acordo com a coordenadora-geral do sindicato, Ana Angélica Rabello, neste 8 de Março – Dia Internacional da Mulher – as mulheres não terão o que comemorar. Ela aponta que as ações construídas para atender direitos negados a trabalhadoras rurais e urbanas, por exemplo, foram desmontadas pelo atual governo federal e informa que as maiores afetadas neste processo são mulheres negras e pobres. Angélica defende ainda os protestos contra o governo marcados para o transcorrer do ‘mês das mulheres’ e critica o aumento do número de feminicídios no país, mais de 1.300 mortes em 2019.
“Realmente não temos o que comemorar neste 8 de Março. Mas o Dia Internacional da Mulher é referência de luta e tenho certeza de que as mulheres vão para as ruas cobrar seus direitos de volta. Temos de frear o avanço do ultraconservadorismo que Bolsonaro implantou na Presidência que resulta no aumento de morte no Brasil. Ataca mulheres cotidianamente, ofende indígenas, quilombolas, e povos tradicionais, precisamos acabar com isso. Assim como também ataca os trabalhadores e as instituições democráticas. Nós do SindilimpBA apoiamos as manifestações contra o governo e vamos engrossar as trincheiras para derrotar essa gestão tenebrosa”, dispara Ana Angélica. Ela aponta que o sindicato segue com atendimentos durante todo o ano e com campanhas salariais para garantir direitos de homens e mulheres.
Já o vereador Luiz Carlos Suíca (PT), representante dos trabalhadores terceirizados e do SindilimpBA, aponta para ações como a redução de 90% dos carros-pipa para o semiárido nordestino, para as reformas trabalhista e da previdência – que afetam diretamente mulheres líderes de famílias. Ele lembra que as terceirizadas em limpeza urbana e asseio e conservação também sofreram com as medidas. Para o edil, o decreto 10.252/2020, publicado no dia 21 de fevereiro por Bolsonaro alterou a estrutura do Incra e acabou sepultado políticas que atendiam diretamente mulheres. O petista critica a falta de liderança do governo e o descaso que as trabalhadoras rurais e urbanas são tratadas.
“Acabou com o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária [Pronera], uma ação do governo petista que levava educação para o campo e as mulheres eram as maiores beneficiárias. Sem contar que com a reformulação regimental do Incra, zerou outro programa importante, o de Documentação da Trabalhadora Rural. Essa medida era fundamental, pois ajudava as mulheres do campo no acesso a documentos básicos que lhe davam direitos como a licença-maternidade, à gestante e aposentadoria. Não podemos deixar que esse governo desmonte a máquina pública para servir aos seus amigos ricos e latifundiários. O campo e a cidade estão unidos contra Bolsonaro”, finaliza Suíca. As informações de assessoria.