A major Denice Santiago afirmou, no final da tarde desta segunda-feira (9), que Salvador precisa de uma gestão que cuide das pessoas. “Quando o governador Rui Costa [PT] disse que Salvador precisa de um cuidado maternal, ele está focando em uma das carências de Salvador. Então, quando ele fala que vê em mim ou em qualquer outra mulher que se posta na condição de pré-candidata, acho que ele entende que Salvador precisa de uma gestão que cuide das pessoas”. Sobre o fato de ela se afastar das atividades da Ronda Maria da Penha, a major Denice Santiago afirmou que a decisão da mudança de comando da corporação é do comandante Geral da PM.
Reconhecida nacionalmente no combate à violência contra a mulher, a Ronda Maria da Penha acaba de completar cinco anos de atividades. E para marcar a data, uma solenidade promovida no auditório da União dos Municípios da Bahia (UPB), em Salvador, reuniu diversas autoridades no início da noite desta segunda-feira (9). Na ocasião, o governador Rui Costa destacou que “o ideal, no século 21, seria que não tivéssemos nenhuma ocorrência de agressão contra as mulheres. E queremos construir essa sociedade. Espero que em breve possamos ter uma sociedade sem agressão contra as mulheres. Isso é algo para ser construído como política pública, mas também com uma grande mobilização da sociedade. Todo mundo precisa se mobilizar a favor da paz e contra qualquer tipo violência, principalmente contra a mulher”.
A Ronda Maria da Penha tem sede na capital e núcleos em outros 15 municípios baianos. No evento desta segunda (9), o governador anunciou que a iniciativa chegará a mais oito cidades: Teixeira de Freitas, Camaçari, Bom Jesus da Lapa, Cruz das Almas, Jequié, Irecê, Catu e Entre Rios. “A Ronda será ampliada, mas fica sempre o desejo que ela se torne desnecessária o mais rápido possível”, acrescentou Rui, que foi homenageado por ser uma das pessoas que contribuíram para a existência da iniciativa.
Em cinco anos, a Ronda Maria da Penha já atendeu 6,6 mil mulheres e realizou 27 mil fiscalizações, além de 217 prisões na Bahia. “Pode-se dizer que são 217 feminicídios a menos nas estatísticas da última metade de década. Gostaríamos que a Ronda Maria da Penha não fosse mais necessária, mas, enquanto isso não acontece, trabalharemos para que cada vez mais mulheres se sintam seguras e possam denunciar agressões”, afirmou a comandante da tropa especializada, major Denice Santiago, que transferiu o cargo para a major Flávia Barreto durante a solenidade.
A Ronda Maria da Penha apresenta uma metodologia que envolve o acompanhamento das mulheres protegidas por medidas judiciais, que são identificadas com a ajuda das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam). O projeto atende, atualmente, mais de seis mil mulheres, fazendo ações como visitas domiciliares e acompanhamento em audiências judiciais.
Como resultado de termo de cooperação técnica entre as secretarias estaduais de Políticas para as Mulheres (SPM) e da Segurança Pública (SSP), Defensoria Pública (DPE), Ministério Público (MPBA) e Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), a Ronda Maria da Penha ainda promove palestras de conscientização e possui uma ‘Carta de Serviços’, com informações úteis sobre a tropa e o trabalho que desenvolve. Com dados do Política Livre e da Secom.