Pesquisadores da Universidade Monash, na Austrália, publicaram na última sexta (3) um estudo no qual indicam que o uso de um remédio antiparasitário (usado contra pulgas, por exemplo) diminuiu a quase zero o material viral do novo coronavírus em testes com células cultivadas em laboratório. Estudos anteriores já indicavam que a ivermectina, o medicamento antiparasitário, também apresenta efeito antiviral quando administrado in vitro, ou seja, fora de organismos vivos, em ambientes laboratoriais controlados.
No novo estudo, os pesquisadores infectaram células com o novo coronavírus, o Sars-CoV-2, e mediram a eficácia do antiparasitário ao longo de 72 horas, comparando os resultados com células também infectadas que não receberam o fármaco. Foram analisadas amostras coletadas 24h, 48h e 72h após a infecção. O resultado deste primeiro teste foi uma redução de até 93% carga viral do novo coronavírus na célula infectada em 24h. Após 48h, a redução chegou a 99,9%. A análise realizada após 72h da infecção não apresentou mudança no quadro anterior, mantendo-se em 99,9%.
Na prática, isso quer dizer que a ivermectina é capaz de inibir a proteína do coronavírus, limitando a infecção e causando a perda de praticamente todo o material viral em ambientes controlados. A carga viral foi limitada porque a ivermectina impede que o vírus do Sars-CoV-2 se reproduza dentro da célula. No entanto, ainda não se sabe se o efeito seria o mesmo em animais vivos. Apesar dos resultados, o estudo ainda demanda muitos outros testes em diferentes etapas e níveis de complexidade.
Isso porque há diversas variáveis a serem contornadas e estudadas antes, durante e depois da administração do antivírus em organismos vivos, como humanos e demais animais. A ivermectina é um remédio considerado seguro para administração em humanos, mesmo em maiores doses. Entretanto, há ressalvas, uma vez que não há informações suficientes para saber se o uso deste fármaco é seguro para gestantes. Agora, os pesquisadores planejam estudar a administração da droga em doses aprovadas para uso em humanos. As informações são da Folha de S. Paulo.