O ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, enviou uma nota ao jornalismo da TV Globo com críticas à reportagem exibida no Jornal Nacional sobre as trocas feitas por Jair Bolsonaro (sem partido) em sua segurança a cargo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Segundo o presidente da república, sua atitude foi para dizer que tentou fazer substituições na segurança do Rio de Janeiro e não conseguiu. Porém a reportagem mostrou que Bolsonaro não só trocou o diretor do Departamento de Segurança Presidencial, como promoveu o então titular ao comando da 8ª Brigada de Infantaria. Colocou no lugar dele o até então número dois. E também substituiu o chefe do escritório do GSI no Rio.
Após a exibição da matéria, na última sexta-feira (15), o GSI divulgou nota em que repudiou a reportagem e trouxe uma nova versão para a fala do presidente. A nota afirma que a matéria é mal elaborada e uma tentativa de fazer uma reportagem maldosa contra o presidente da República, usando como exemplo a promoção do general Sá Corrêa, recém-nomeado comandante da 8ª Brigada de Infantaria Motorizada de Pelotas.
Ainda segundo a nota, compete ao presidente, por lei, examinar as listas de escolha levadas a ele pelo ministro da Defesa. E escolher, desses nomes, os promovidos. E que cabe ao presidente assinar os decretos de promoção, como comandante supremo das Forças Armadas. O coronel Suarez assumiu a chefia do Departamento de Segurança porque era o mais antigo, depois do coronel Sá Corrêa.
Em resposta, a Globo divulgou uma outra nota falando sobre o ocorrido; veja a nota enviada pela emissora:
“A nota do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, confirma integralmente o que o Jornal Nacional publicou. Que o antigo titular da direção de Segurança Pessoal da Presidência, o então coronel Sá Corrêa, foi promovido a general de brigada por escolha do presidente Bolsonaro. E que o substituto escolhido foi o número dois do departamento.
Em nenhum momento o Jornal Nacional questionou os méritos do general Sá Corrêa. Quis apenas mostrar que a versão do presidente sobre o que disse na reunião ministerial de 22 de abril não encontra respaldo na realidade. O presidente reiteradas vezes afirmou que se referia à segurança dele, de sua família e de seus amigos, quando disse que tentou fazer mudanças na segurança do Rio e não conseguiu.
Como mostrou o Jornal Nacional, o presidente não teve dificuldades em fazer trocas no departamento responsável por sua segurança. Promoveu o titular, substituiu-o pelo seu adjunto e também trocou a chefia do escritório no Rio. Sem dificuldades. Por fim, é de se destacar que a frase do presidente Jair Bolsonaro na reunião ministerial de 22 abril ganha agora mais uma versão.
Segundo o ministro Augusto Heleno, o presidente, ao mencionar a segurança no Rio, quis dar apenas um exemplo sobre o que faria caso quisesse realizar uma troca no setor e encontrasse oposição. Poderia chegar até a demitir o ministro para ver a sua decisão cumprida, não tendo o presidente se referido a nenhum caso real que houvesse ocorrido. Registre-se também que o ministro Augusto Heleno não esclareceu por que motivo o presidente se viu compelido a dar esse exemplo”.