O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teceu duras críticas, na manhã desta quinta-feira (28), à operação da Polícia Federal (PF) que apreendeu computadores, celulares e tablets de empresários, comunicadores e influenciadores digitais acusados de propagar fake news. Bolsonaro demonstrou bastante irritação com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que autorizou as buscas e apreensões em seis unidades da federação, incluindo o Distrito Federal.
“Acabou, porra!”, gritou o chefe do Executivo. “As coisas têm limite, ontem [quarta-feira] foi o último dia. Me desculpe o desabafo, mas não dá para admitir decisões individuais. Não vamos admitir que uma única pessoa tome decisão em nome de todos”, criticou. Nessa terça-feira (26/05), no entanto, após operação da PF que teve como alvo o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, Bolsonaro elogiou a corporação e afirmou que haveria outras ações.
Incomodado com as ações do STF, Bolsonaro disse respeitar os outros dois Poderes e pediu que façam o mesmo pelo Executivo. “Respeito o Supremo, o Congresso, agora, tem que respeitar o Executivo também”. O presidente reforçou que a operação da última quarta-feira (27) seria uma evidência de que ele não tenta interferir politicamente na Polícia Federal. “Trabalhamos ontem quase o dia todo voltados para uma única causa: ouvindo pessoas que tiveram a sua propriedade violada, que não são bandidos, não são traficantes, são homens e mulheres que foram surpreendidos com a PF batendo em sua casa. Disse isso ontem e digo isso agora: ordens absurdas não se cumprem”, afirmou.
O chefe do Executivo classificou como “mentirosos” os argumentos que justificaram a ação. “Querem censurar a mídia social, que me trouxe até aqui [presidência da República]. Nunca tive dinheiro para campanha, foi o povo que me botou aqui”. Momentos após se dizer disposto a se reunir com os chefes da Câmara, Senado e STF, Bolsonaro endureceu o discurso. “As coisas têm limites, ontem foi o último dia”, afirmou, sem esclarecer de que modo impediria a PF e o STF de continuar a investigar pessoas acusadas de integrar rede de propagação de notícias falsas. As informações são de assessoria.