Espécie de rã, que tem como habitat a região da Chapada Diamantina, teria sido invalidada por pesquisadores, mas foi resgatada e classificada na pesquisa do herpetólogo Felipe Magalhães, orientado por Adrian Garda, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Na pesquisa, a espécie de registro Leptodactylus payaya, se transformou em quatro espécies, após os estudos de Felipe.
“Nós descrevemos duas espécies e revalidamos uma terceira que já tinha sido descrita no passado e, posteriormente, invalidada de forma incorreta por pesquisadores. A pesquisa comprovou que o que antes era considerado uma espécie, Leptodactylus latrans, agora são quatro diferentes”, diz o herpetólogo Felipe.
Servindo de inspiração para a escolha dos nomes científicos, outra grande diferença entre as rãs é a distribuição geográfica. A espécie de origem chapadeira, Leptodactylus payaya é uma referência aos Payayá, uma etnia indígena que habitava a região da Chapada Diamantina, principal área de ocorrência.
“A espécie restrita à região mais costeira, ao sul da Floresta Atlântica, recebeu o nome de Paranaru, que é uma junção de parana – em Tupi significa Mar; e aru, que significa sapo”, diz Felipe, em entrevista ao G1.
Popularmente conhecidas como rãs-manteiga, as novas espécies pertencem ao gênero Leptodactylus e possuem características físicas muito parecidas, o que desafiou ainda mais os estudos.
“O uso simultâneo de vários conjuntos de dados permitiu a distinção de cada espécie, a começar pelo DNA, que separa todas com excelente grau de precisão. Elas também podem ser distinguidas entre si e entre outras espécies a partir das vocalizações. O tamanho do corpo e o diâmetro do tímpano são características que ajudam a separá-las, mas não de forma total sem o auxílio das demais avaliações”, conclui Felipe. Jornal da Chapada com informações do G1.