Em sua primeira entrevista após o Supremo Tribunal Federal (STF) reconhecer a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba na análise das denúncias contra ele e anular todas as condenações, o ex-presidente Lula denunciou o interesse dos Estados Unidos em sua condenação, promovida pelo ex-juiz Sergio Moro. Essa tese ganhou força nas últimas semanas após ‘Le Monde’ denunciar a proximidade do ex-magistrado com o Departamento de Justiça dos EUA.
“O ‘Lawfare’ é o uso do poder Judiciário para processos políticos. Isso aconteceu com Cristina [Kirchner] na Argentina, com [Rafael] Correa no Equador, com [Evo] Morales na Bolívia… No caso do Brasil, o mais grave é que havia interesses do departamento de Justiça dos Estados Unidos, das petroleiras americanas, das empreiteiras americanas… Queriam destruir a indústria de petróleo e gás”, disse o ex-presidente em entrevista ao jornalista Gustavo Sylvestre na TV argentina C5N.
“Esse processo foi uma mentira enorme, desde 2016 meus advogados mostram que foi uma farsa. Na realidade, a razão do meu processo foi um PowerPoint que meus acusadores usaram. Eu fui condenado por fatos indeterminados. Fizeram isso para me tirar das eleições de 2018”, completou.
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O ex-presidente, que está elegível, comentou sobre as perspectivas para 2022 e revelou que se inspira no exemplo da coligação argentina Frente de Todos, quando a ex-presidente Cristina Kirchner compôs chapa com o atual presidente, Alberto Fernández, em uma coalizão que mobilizou setores mais amplos do peronismo.
“”Necessariamente não precisa ser Lula, pode ser outro companheiro. Mas se for necessário para ganhar de um fascista, eu posso ser candidato, mas precisamos dialogar com as outras forças de esquerda e de centro para fazer o mesmo que vocês fizeram na Argentina”, afirmou. “Bolsonaro só pensa nos milicianos”, disparou. A redação é do site da Revista Fórum.