O plano de fechamento de agências e postos de atendimento anunciado no início do ano pelo Banco do Brasil foi colocado em prática durante este primeiro semestre. Somente na Chapada Diamantina, duas agências foram fechadas, enquanto que, ao total, na Bahia, esse número chega a 29, contabilizando as que tiveram atividades suspensas, assim como as agências que foram transformadas em postos sem movimentação de dinheiro, de acordo com dados do Sindicato dos Bancários da Bahia.
Na Chapada, foram fechadas agências nos municípios de Abaíra e Piatã. Já em Salvador, foram fechadas três agências, localizadas na sede da Petrobras, no Aeroporto e no Campus da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Enquanto que no interior da Bahia, outros 24 municípios perderam suas agências – Aratu, Aporá, Aramari, Feira de Santana (agência da Av. Getúlio Vargas), Barrocas, Biritinga, Brejões, Canápolis, Central, Costa do Sauipe, Encruzilhada, Ibirapitanga, Itagi, Itaquara, Lagoa Real, Lajedo do Tabocal, Pau Brasil, Retirolândia, Barreiras (Rio de Ondas), Sebastião Laranjeiras, Teodoro Sampaio, Tremedal, Tanquinho e Uruçuca.
De acordo com informações da assessoria de Piatã, a agência do Banco do Brasil para atender os piatenses agora será em Rio de Contas, distante a 103 quilômetros. Além disso, a cidade chapadeira conta com a agência do Bradesco, por onde é paga a folha da prefeitura e da Câmara, pois “o Brasil em nossa cidade era apenas um posto avançado com pouca estrutura”, pontua o gestor municipal Marcos Paulo (PDT), ao Jornal da Chapada (JC).
“O BB aqui não circulava muito dinheiro devido à falta de estrutura, pois desde o último assalto, há uns quatro anos, nem dinheiro no caixa rápido tinha mais”, informa o gestor. Ainda conforme o prefeito, os residentes não tiveram o Banco do Brasil como o seu banco principal e que o maior prejuízo “é dos funcionários públicos do estado que recebem pelo BB. Mas com certeza não deixa de ser ruim para a economia local e lamentamos muito o fechamento do nosso posto aqui”, diz.
Por meio de nota, o sindicato afirmou que o novo plano de reestruturação implementado pelo banco contribui para o desmonte da empresa. “A direção do Banco do Brasil fecha centenas de agências e demite 5 mil funcionários, com o novo plano de reestruturação, que, na prática, desmonta a empresa. Diante da ofensiva, o movimento sindical amplia as ações em defesa das estatais”, disse.
O sindicato ressalta ainda que são realizadas diversas manifestações e protestos presenciais e virtuais, para chamar atenção da sociedade sobre os prejuízos do sucateamento ao país, e que a justificativa usada pela empresa de aumento da digitalização é falsa.
“Na pandemia, as aglomerações na porta das agências deixaram evidente que a maioria da população não tem acesso às ferramentas digitais. Para se ter ideia da importância dos bancos públicos para o Brasil, dos 5.570 municípios do país, somente 3.256 possuem agências bancárias, sendo que em 990 só tem unidade do BB ou de outro banco público”.
O fechamento das agências do BB foi aprovado pelo Conselho de Administração do banco dentro do plano estratégico para o quinquênio 2021-2025. Além do fechamento de 361 unidades de atendimento, para reduzir despesas, foi adotado também um plano de demissão voluntária, que teve 5,5 mil adesões.
Em nota, o Banco do Brasil informou que ativou a intenção de fechamento de 46 agências na Bahia. Dessas, algumas como Filadélfia e Retirolândia, entraram na justiça. Além disso, pontuou que os clientes atingidos estão sendo direcionados para outras agências em outras cidades, com distância média de 25 quilômetros.
A instituição afirmou que recorreu da decisão e aguarda a intimação para o cumprimento das medidas cabíveis sobre a ação movida pela prefeitura da cidade de Barrocas, que também entrou na justiça pedindo a reabertura do posto de atendimento, que está fechado desde o dia 17 de maio.
Em decisão estabelecida na última terça-feira (18), a desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Regina Helena Santos e Silva, determinou que atendimento na agência de Barrocas fosse mantido pelo Banco do Brasil enquanto durar o enfrentamento contra a Covid-19. Em caso de descumprimento, a multa é de R$ 1 mil por dia. Entretanto, mesmo com a decisão, a agência da cidade foi fechada. Jornal da Chapada com informações de Agência Sertão e G1 Bahia.