Quem escolher qual vacina quer receber contra a covid-19 deve voltar para o final da fila do processo de imunização em Salvador. A medida consta no novo projeto de lei do vereador soteropolitano Luiz Carlos Suíca (PT), que justifica a medida para inibir a prática que ficou conhecida como ‘sommelier de vacina’ no país. Nesta terça-feira (13), o edil petista disse que mais de 70% dos municípios brasileiros registram casos de pessoas que querem escolher a marca da vacina antes de receber a dose. Os dados são do levantamento divulgado pela Confederação Nacional de Municípios (CMN).
“A escolha dentre os imunizantes disponíveis em todo o Brasil vem sendo criticada por especialistas e autoridades de Saúde, pois atrapalha a logística e a estratégia de atingir um público cada vez maior. É preciso estabelecer essa alteração no protocolo de vacinação em Salvador para aqueles que se recusarem a tomar a vacina contra a covid devido unicamente à marca do imunizante”, explica Suíca ao apontar exceções de gestantes, puérperas e pessoas com comorbidades com comprovada recomendação médica, cujo laudo médico será retido no momento da aplicação.
O projeto do petista aponta que a renúncia ao imunizante motivará a suspensão do direito à vacinação no período regular previsto dentro no cronograma do Plano Municipal de Imunização na rede de saúde. “Aquele que for retirado do cronograma de vacinação por recusa do imunizante será incluído novamente na programação após o término da vacinação dos demais grupos previamente estabelecidos”, aponta Suíca em sua justificativa. Ele diz que o protocolo a ser adotado deve conscientizar e educar sobre a segurança dos imunizantes, além de demonstrar que o Plano Municipal de Imunização é urgente para frear o avanço da doença.
A Secretaria Municipal de Saúde criará um ‘Termo de Recusa’, que deverá ser assinado por aqueles que recusarem o imunizante oferecido nos postos de vacinação. Esse termo deverá ser anexado ao cadastro único do paciente na rede municipal de saúde para que fique impossibilitado de se vacinar em outro equipamento até a finalização do cronograma previsto. Nos casos em que o munícipe se negar a assinar, dois servidores assinarão e justificarão a recusa por escrito.
Suíca ainda lembra que todos os imunizantes usados no Brasil foram aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele frisa que especialistas não recomendam que as pessoas recusem os imunizantes disponíveis, pois a imunidade coletiva cria uma barreira que protege quem ainda não recebeu o imunizante e, também, protege os que não atingiram a imunidade. “Nenhuma vacina apresenta 100% de eficácia contra a covid-19”, completa.
Outra dúvida frequente é com relação às reações adversas. No entanto, são raros casos que causam sintomas e sequelas. Além de brandas, as reações são raras, segundo os dados divulgados amplamente. “Diversos estudos apontam que a efetividade da vacina se comprova em grupos totalmente imunizados. Os registros de óbito por covid-19 em pessoas acima de 80 anos, por exemplo, já começaram a cair em março, quando parte desse grupo já havia recebido as duas doses. Na Bahia, temos o menor número de internados dos últimos meses, tudo por causa das vacinas”, sintetiza o vereador. As informações são de assessoria.