Estudo publicado na revista científica The Lancet na terça-feira (20) aponta que uma das tristes marcas da pandemia de covid-19 foi a explosão no número de crianças órfãs no Brasil e no mundo.
Pesquisa coordenada por Susan Willis, do Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC), busca dimensionar a “pandemia oculta” de jovens até 17 anos que perderam os pais e ficaram órfãos durante a pandemia.
O estudo, já revisado por pares, mostra que foram 862 mil crianças órfãs em 21 países – nos quais registraram 77% das mortes globais. “É uma pandemia oculta. Essas crianças não identificadas são a consequência trágica esquecida dos milhões de mortos na pandemia”, afirma o estudo.
“Crianças que perderam pais ou responsáveis na pandemia precisam de apoio governamental urgente ou enfrentarão danos de longo prazo”, diz Seth Flaxman, que é pesquisador do Imperial College de Londres e da Universidade de Oxford e co-autor do estudo.
No Brasil, o levantamento registra 130.363 crianças órfãs. O país só perde para o México – que teve 140 mil – em números absolutos e é o quarto em termos proporcionais – 2,4 órfãos para cada mil brasileiros menores de idade. O Peru é quem traz o índice mais alarmante: 10,2 por mil. A redação é do site da Revista Fórum.