Os pesquisadores do Instituto Federal Baiano (IF Baiano) de Uruçuca, no sul baiano, receberam carta patente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) pela invenção de um método que extrai amido da pupunha, uma palmeira nativa da América do Sul e muito comum na região Sul da Bahia.
A planta utilizada para produção de palmito, tem, na maioria das vezes, seu fruto descartado. Contudo, a descoberta permitiu que o material passasse a ser utilizado para a produção de embalagens biodegradáveis.
Além disso, a partir de experimentos com o fruto, professores e estudantes desenvolveram receitas como vatapá a base de pupunha, bolos, doces e biscoitos. Todos os experimentos começaram ainda em 2010.
O processo ainda permitiu perceber uma grande concentração de amido na polpa do fruto, algo que é aproveitado por indústrias alimentícias, cosméticas e farmacêuticas, visto que é utilizado para nutrição e desenvolvimento.
Com os benefícios, os pesquisadores começaram a explorar o processo para retirar o amido da pupunha. “A gente pensou em quantificar a quantidade de amido que tem nesse fruto inicialmente e criar alternativa de se extrair esse amido”, explicou engenheiro de alimentos Biano Alves.
O engenheiro ainda explicou que a composição do produto nos materiais é mais benéfica à natureza e o amido passou a ser utilizado também na produção de sacolas plásticas.
“O amido é utilizado em embalagens biodegradáveis há alguns anos. Algumas sacolas plásticas encontradas em supermercados têm amido na sua estrutura. A gente tentou dar essa aplicabilidade”, afirmou.
Na época estudante de tecnologia, Angela Soares conta que o trabalho foi grande em razão da coloração. “No início deu trabalho. Porque como o amido da pupunha é rica na coloração (ou é amarelado ou alaranjado), dava muito trabalho para tirar essa pigmentação”, pontua.
“Nisso, os professores foram estudando algumas fórmulas e fomos colocando em prática no laboratório. Até que descobriu como retirar essa pigmentação e a gente conseguiu um resultado satisfatório. Atingimos, em 56 kg da pasta-base de pupunha, um quilo de amido. Isso nos experimentos iniciais”, diz.
Já foram quatro artigos científicos internacionais publicados pelos pesquisadores, no qual um deles conta sobre o uso do amido na produção de embalagens biodegradáveis.
Eles ainda contam que a expectativa é de que ainda este ano o IF Baiano receba mais uma carta-patente sobre o processo do compósito biodegradável feito através da extração do amido da pupunha. O processo está na fase final. Jornal da Chapada com informações de G1.