O deputado estadual Robinho (PP) informou, na noite do último sábado (21), que não integra mais a base do governador Rui Costa (PT). O ápice da discordância que culminou com o afastamento foi a defesa do deputado Robinho (PP) ao colega Paulo Câmara (PSDB), que criticou o governo após os sucessivos aumentos nos preços de combustíveis no estado. Após as críticas do tucano, o petista sugeriu que o deputado deveria ser interpelado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa da Bahia. As informações foram publicadas pelo site Bahia Extremo Sul.
Robinho disse, segundo a publicação do sul do estado, que há três anos o governador Rui Costa não paga as emendas impositivas a que os deputados têm direito. “Há muito tempo tenho tentado uma audiência com o governo para falar dos assuntos, problemas da região, mas o governo não atende, ele não faz agenda, não atende os deputados e, quando o faz, ele atende 20, 30 deputados de uma só vez, não dá para focar no problema que você quer direcionar”, falou o deputado estadual do PP.
O líder do PP na Assembleia Legislativa, Eduardo Salles, em recente entrevista a este Política Livre, salientou que, com o ingresso de Luiz Caetano na Secretaria de Relações Institucionais, as críticas dos parlamentares haviam diminuído – o relato de Robinho, no entanto, demonstra que a situação de incômodo da bancada ainda persiste. Sobre o não pagamento das emendas, o assunto ensejou ação do deputado estadual Soldado Prisco (PSC) no Ministério Público baiano. Segundo Prisco, o não pagamento das emendas pode configurar crime de responsabilidade, o que seria razão para abertura de processo de impeachment.
“O marketing de ‘Rui Correria’ é correr dos problemas. Ele sai todo dia, ele vai no interior, vai numa cidade, vai em outra, cada cidade é festa, cada prefeito quer mostrar sua força, leva prefeitos vizinhos, leva pessoas, chega lá é festa, mas ninguém consegue falar com o governador”, disse Robinho ao Bahia Extremo Sul. O parlamentar é casado com a prefeita de Nova Viçosa, Luciana Machado, e está no segundo mandato como deputado estadual – o progressista disse que sua decisão é irreversível e ainda não tomou nenhuma decisão quanto a seu futuro político.
Robinho também comentou a recomendação do governador para abrir representação contra Paulo Câmara no Conselho de Ètica. “Se for para abrir uma Comissão de Ética para o deputado que está falando a verdade, a gente vai ter que abrir uma CPI para o governador que tem três anos que não paga as emendas impositivas, vamos ter que abrir uma CPI para investigar os R$ 49 milhões da compra dos respiradores que não foram entregues”, disparou. A resposta às críticas do progressista veio no Diário Oficial de sábado (21), quando foram publicadas as exonerações de todos os ocupantes de cargos comissionados ligados ao parlamentar.
O líder do PP na Assembleia, Eduardo Salles, e o presidente estadual do partido, Cacá Leão, foram procurados por este Política Livre para comentar a matéria, mas não responderam até a conclusão desse texto. As informações são do site Política Livre.