O Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD) completou 36 anos e a semana de comemoração foi realizada com ações diretas para a conservação de suas cavernas. O curso de ‘Introdução à conservação e a recuperação ambiental de cavernas turísticas’ foi realizado em Lençóis entre os dias 13 a 17 de setembro, com carga horária de 40h. O curso contou com 25 participantes entre condutores de visitantes, brigadistas e profissionais envolvidos no manejo de cavernas turísticas da região.
Com a aplicação de aulas teóricas e práticas, os participantes colocaram a mão na massa e realizaram ações efetivas para a diminuição dos impactos causados pela visitação. A Gruta do Lapão, em Lençóis, e uma saída para Iraquara, foram as primeiras atividades de campo, dedicada ao mapeamento dos impactos causados pelo turismo desordenado, como pichações, restos de lixo, pisoteamento e destruição de espeleotemas.
“Para remediar alguns dos danos frequentes causados pela visitação, foram apresentadas técnicas de limpeza de espeleotemas que foram aplicadas na gruta da Lapa Doce, em Iraquara, e técnicas de remoção de pichações na Gruta do Lapão. As cavernas são ambientes extremamente frágeis, por isso, saber por onde pisa é essencial para a preservação do patrimônio espeleológico. Para evitar impactos futuros, foi delimitado, com pequenas placas refletivas e cordeletes, o percurso da trilha de travessia do Lapão e áreas com espeleotemas muito frágeis”, aponta publicação no site do PNCD.
Marcela de Marins, analista ambiental do ICMBio explica que “o intuito dessa ação foi restringir a área de passagem de visitantes e, assim, minimizar o impacto causado pelo pisoteamento de ambientes importantes”. Outra atividade realizada foi o início de um projeto colaborativo de monitoramento da Gruta do Lapão. Através do estabelecimento de pontos estratégicos, futuramente será possível realizar o foto-monitoramento dessas áreas pelos participantes do curso.
Ao longo do tempo, eles vão fotografar esses mesmos pontos e assim registrar eventuais mudanças que estão ocorrendo dentro da gruta. As imagens serão postadas em site exclusivo do curso, que estará disponível a partir do dia 25. “Essa técnica permite a análise de diversos aspectos para a conservação da caverna”, explica Vitor Moura, espeleólogo e instrutor do curso.
“Além dessas ações, o curso dá base para os participantes atuarem também como agentes multiplicadores desses cuidados em outros projetos autorizados por autoridades ambientais”, destaca Moura.
A iniciativa faz parte das ações do Termo de Compromisso de Compensação Espeleológica firmado entre a Vale S.A. e o Instituto Chico Mendes de Conservação para a Biodiversidade (ICMBio), com gestão operacional realizada pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS). E contou com o apoio da UEFS, prefeitura municipal de Lençóis, Pousada Diamantina, pousada Bosque do Lapão e Gruta Lapa Doce. Jornal da Chapada com informações do ICMBio.