O deputado Bacelar (Podemos-BA), coordenador do grupo de trabalho que analisa o PL 442/91 na Câmara, chamado de Marco Regulatório dos Jogos, afirmou em entrevista ao Metrópoles, nesta segunda-feira (27), que o jogo do bicho, “têm um papel importante na formação do caráter brasileiro”.
“A proibição é que leva ao jogo clandestino, e o jogo clandestino que leva à corrupção, seja qual for a modalidade. Nós queremos modificar esse quadro. Eu diria que o jogo do bicho, ao lado da cachaça e do samba, são as únicas coisas genuinamente brasileiras, é um patrimônio cultural do país também. Ajudou a formação desse país. O jogo do bicho tem um papel importante na formação do caráter e da sociedade brasileira”, disse.
Bacelar criticou a rejeição ao PL por parte da base do governo federal no Congresso, sobretudo a bancada evangélica. Para o parlamentar, há oportunismo eleitoral nos discursos. “Eu acho, na verdade, que não é nem uma questão religiosa. Tem um pequeno nicho que, para alimentar seu eleitorado, para alimentar o ‘nós contra eles’, ‘os puros contra os maus’, ‘os anjinhos contra os diabinhos’, ficam requentando teses e ideias muito antigas e que não ajudam nosso país em nada”, criticou.
A proibição do jogo no Brasil foi estabelecida em 30 de abril de 1946, por meio do decreto-lei 9.215, assinado pelo presidente Eurico Gaspar Dutra. Criado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), no início do mês, o grupo de trabalho coordenado por Bacelar tem como objetivo elaborar um novo texto sobre o tema. As informações são do Metrópoles.