Em retomada de suas reuniões presenciais, o diretório baiano do Partido dos Trabalhadores marcou uma entrevista coletiva neste sábado (16) para comunicar alguns preparativos para as eleições de 2022. O encontro contou com a presença do senador Jaques Wagner, virtual candidato ao posto de governador da Bahia, e Éden Valadares, presidente da sigla no estado. Aos repórteres, Wagner afirmou que tem conversado com o ex-deputado Lúcio Vieira Lima para trazer de volta o apoio do MDB ao PT.
“Já tive duas a três conversas com Lúcio. Eles ainda estão no grupo de lá, do DEM, da prefeitura, agora com outro nome [União Brasil, após a fusão com o PSL]. É igual namoro. Vamos conversando, conversando, até que pactua. Já teve o convite. Falei para ele: ‘Olha, estamos abertos. Temos interesse’”, declarou o senador petista.
Wagner também mencionou o que pensa sobre a construção política em torno do Partido Progressista (PP), sigla do vice-governador João Leão, e que pode ser a nova legenda do presidente Jair Bolsonaro, ainda sem partido. O senador disse que, pessoalmente, não crê na possibilidade de filiação de Bolsonaro ao PP. Segundo ele, João Leão teria dito que isso não deve acontecer e, mesmo que aconteça, o PP da Bahia deve ter garantida a autonomia para continuar apoiando o PT por aqui.
Atualmente com apoio apenas da prefeitura de Lauro de Freitas na Região Metropolitana de Salvador, o PT da Bahia ainda terá de disputar influência para atrair demais prefeitos deste território, hoje aliados ao grupo político do ex-prefeito ACM Neto. Wagner reconhece que a força de Neto impacta nesse território, mas confia que o partido petista manterá boa posição na RMS e espera fenômeno parecido com as eleições ganhas por ele, em 2006, e Rui, em 2014, “quando ninguém achava que era possível” — mencionando as pesquisas eleitorais que chegaram a apontar a derrota dos petistas.
“Para mim, pesquisa quantitativa vale muito pouco. A de Lula é ótima? É. Mas é uma fotografia do momento. A gente precisa ver a evolução disso. O ex-prefeito [ACM Neto] fica dizendo que não quer nacionalizar, mas quem nacionaliza eleição é o povo. A eleição é nacional porque tem pleito para presidente e o povo vota de cima para baixo: escolhe presidente e depois vai escolhendo o restante. O negócio é que ele não tem candidato e nem tem patrimônio na Bahia para apresentar”, continuou Wagner.
O presidente do DEM, ACM Neto, rebateu as declarações de Wagner. “O senador Jaques Wagner mora em Salvador e, certamente, viu as transformações que fizemos na capital baiana em oito anos de administração. Avançamos muito na educação e universalizamos a matrícula infantil, ao contrário do que acontece no Estado, que tem um dos piores Idebs do Brasil. Requalificamos toda a orla, fizemos centenas de praças, parques e campos de futebol, investimos muito na cultura, na saúde e no social. Ou seja, fizemos tudo que o PT não faz. Não à toa que deixei a Prefeitura com um dos maiores índices de aprovação do país”, comentou. As informações são do jornal Correio.