O vereador de Salvador e presidente da Comissão de Reparação da Câmara, Luiz Carlos Suíca (PT), repudiou o racismo e a intolerância religiosa retratados em peças de cerâmicas vendidas na loja ‘Hangar das Artes’, no aeroporto da capital baiana. Nesta terça-feira (8), o edil petista também defendeu o jogador do Flamengo, Gabriel Barbosa, o popular ‘Gabigol’, que foi chamado de “macaco” durante partida no último domingo (6).
“É um incômodo social profundo que sinto diante desses casos. Nosso mandato vai acompanhar os dois episódios. Primeiro, queria evidenciar que a loja colocou as réplicas de cerâmica de negras e negros escravizados à venda e na tentativa de se retratar, cometeu mais um crime além de racismo, a intolerância religiosa”, aponta Suíca. De acordo com a justificativa da loja, os objetos não se referem aos escravos e sim à figura do ‘preto velho’.
“Outro erro! Não se pode desmerecer um representante da religião de matriz africana, para justificar um erro de colocação de peças que representavam os escravos. O erro está em coisificar algo que trouxe sofrimento e dor, como um bibelô e para além disso tornar uma entidade religiosa algo de menor importância histórica para justificar um erro de apresentação”, descreve o vereador.
Suíca também defendeu o atacante ‘Gabigol’, que foi alvo de racismo de torcedores no Rio de Janeiro durante o clássico entre Flamengo e Fluminense. Para o edil, é preciso identificar e punir todos que o ofenderam. “Não tem mais como a gente ficar perdendo tempo com racistas. Tem que punir e pronto. Está na lei, é crime e temos de cobrar que as autoridades tomem as atitudes necessárias com urgência, esses casos vêm se repetindo com frequência e precisamos botar um freio nisso”.