Nesta sexta-feira (27), a Petrobras oficializou a possibilidade de desabastecimento de diesel no Brasil no terceiro trimestre deste ano. Em ofício enviado ao governo federal, a estatal formalizou o alerta de que pode haver falta do insumo. A ideia é que a equipe de Jair Bolsonaro (PL) e o presidente não poderão alegar desconhecimento nem jogar a responsabilidade nas costas da companhia caso a crise, de fato, se instale.
A escassez do combustível é uma das justificativas da empresa para defender a sua venda a preço de mercado. Qualquer alteração na regra, diz a Petrobras, poderá afetar a importação do produto e agravar a situação, ‘que já é delicada’.
As bombas ficariam secas justamente quando a demanda por diesel aumenta sazonalmente no Brasil e nos EUA: no terceiro trimestre. A época é a de maior exportação de grãos pelo país. Uma crise poderia afetar o PIB brasileiro.
Conselheiros da Petrobras se dizem perplexos com o fato de o governo Bolsonaro até agora não ter apresentado ao país um plano de emergência para enfrentar uma provável escassez do diesel.
Eles definem a reação do governo como “descaso”. E dizem que já deveriam estar sendo desenhadas propostas de economia do combustível e de priorização de seu fornecimento para alguns setores essenciais -como os de saúde e distribuição de alimentos.
O mundo passa pela mais grave escassez do combustível em 14 anos, por causa da guerra da Rússia contra a Ucrânia. O país de Vladimir Putin, que sofre sanções, é um dos maiores exportadores de petróleo do mundo. Com estoques internacionais em níveis mínimos históricos, refinarias do Golfo dos EUA, que fornecem ao Brasil, por exemplo, começaram a redirecionar cargas para a Europa. Com informações da Folha.