Por Alessandra Augusto*
Muitas pessoas não gostam de mudanças, pois as obrigam a sair da zona de conforto. Neste lugar, tudo funciona. Os pensamentos e comportamentos não provocam nenhum tipo de medo, ansiedade ou risco.
Mudar é modificar. Isso se aplica à mudança de escola, de trabalho e de qualquer ambiente familiar para outro que seja desconhecido. No entanto, estamos nesta vida para viver inúmeras experiências. Todas elas têm começo, meio e fim.
Muitas vezes não saímos da zona de conforto por medo do desafio. Somos incentivados desde pequenos a ganhar. Temos uma comemoração excessiva quando temos bons resultados. Às vezes, por medo de não obter uma vitória, a pessoa não se lança aos novos desafios. O medo tira a capacidade da proatividade da audácia e com isso gera a autossabotagem em relação a novas experiências.
Esse medo paralisante aparece mais na idade adulta. Por exemplo, a infância e a adolescência são momentos de viver as experiências. Costumamos até dizer que os mais jovens são mais audaciosos, porque eles trazem esse incentivo de ganhar de forma mais intensa. Porém, quando se entra em contato com a realidade e percebe que nem sempre vai ser vitorioso, percebe que nem sempre irá obter o resultado esperado.
Para se lançar em novas experiências é preciso conhecer as próprias competências, saber as habilidades que possui. O autoconhecimento é muito importante nessa hora. Mas caso perceba que não consegue fazer algo sozinho, procure um profissional de saúde mental para ajudar a entender suas habilidades e talentos. A partir do momento que a pessoa conhece melhor a si mesmo, descobre o seu potencial e aumenta a autoconfiança, além de diminuir o medo do novo.
Quando o medo é superado e a zona de conforto abandonada, há a sensação de bem-estar, além de melhorar a autoestima e o amor próprio.
Outro fator importante é a proatividade. Essa é uma habilidade que nos impulsiona para sair da zona de conforto e nos empurra na direção das mudanças. Há momentos na vida que sentimos a necessidade de nos “mover”, de fazer algo diferente. Quem para no conhecimento e no aprendizado fica estagnado e acaba parando para a vida. O indivíduo que deixa de sonhar acaba morrendo para a vida.
Mas como ajudar quem enfrenta esse tipo de medo? A família e os amigos podem comentar sobre a admiração que tem pela pessoa, reforçando atitudes positivas, fazendo elogios e incentivando novos planos. Sendo alguém visionário ou fantasiosa, não importa. Deve-se sempre incentivar. Muitos sonhos vieram através de uma mudança, trouxeram bons resultados e se tornaram um sucesso. Dê sempre uma palavra de incentivo e reforce. A pessoa que está buscando realizar algo precisa de palavras positivas. Mas é importante que saiba que caso não dê certo, ela tem com quem contar.
*Alessandra Augusto é formada em Psicologia, Palestrante, Pós-Graduada em Terapia Sistêmica e Pós-Graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental e em Neuropsicopedagogia. É a autora do capítulo “Como um familiar ou amigo pode ajudar?” do livro “É possível sonhar. O Câncer não é maior que você.