Criada em 2013 pelos irmãos russos Nikolai e Pavel Durov e atualmente sediada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o Telegram se negou a cumprir uma ordem judicial de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para bloquear o canal do deputado eleito Nikolas Ferreira, apoiador contumaz de Jair Bolsonaro (PL-MG) e investigado por incitar os atos terroristas do dia 8 de janeiro.
“Agradeço ao Telegram por defender a liberdade e lutar contra a censura. A única “rede social” que ainda posso comunicar. Literalmente querem sumir comigo da internet. Surreal”, comemorou Ferreira no Telegram. No ofício enviado ao STF, advogados do aplicativo atacam as decisões de Moraes afirmando que muitas ordens da Corte voltadas à remoção de conteúdo são feitas com “fundamentação genérica” e de forma “desproporcional”. A informação é do jornal O Globo.
Os advogados chegam a chamar de “censura” a decisão do ministro – sem citar diretamente o nome dele – que, segundo o ofício, “impede um espaço de livre comunicação para discursos legítimos, implicando em censura e coibindo o direito dos cidadãos brasileiros à liberdade de expressão”. Na rede, Ferreira se mostra indgnado com o bloqueio dos perfis em outras redes sociais e se coloca como vítima da “censura”.
“Estão calando o deputado mais votado do Brasil. Seu fosse da esquerda como estariam as manchetes dos jornais? A indignação da mídia? Mídia brasileira, vocês são cúmplices da censura”, escreveu. Ferreira ainda divulgou trecho de uma entrevista do governador de Minas, Romeu Zema (Novo), criticando o bloqueio de suas contas.
“O direito de se manifestar, de não concordar sempre existe numa democracia. Nós estamos assistindo uma arbitrariedade gigante, na minha opinião”, diz Zema sobre o bloqueio das contas de Ferreira. Da Revista Fórum.