Em 21 de março, quando é celebrado o Dia Internacional das Florestas, a Bahia comemora a importância do setor de base florestal no estado. De acordo com a Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), são mais de 500 empresas, 222 mil empregos diretos e indiretos e cerca de 1 bilhão de dólares em exportações só em 2022.
Os números, economicamente expressivos, se tornam ainda mais relevantes quando consideradas as práticas sustentáveis adotadas pelas empresas responsáveis. 100% do papel produzido e toda a madeira para fins industriais são de origem de florestas plantadas com a finalidade comercial. São 700 hectares (ha) de áreas reflorestadas por meio de plantio de mudas cultivadas atendendo a um plano de manejo sustentável. A prática recupera espaços degradados e reduz os impactos ambientais.
O Secretário de Desenvolvimento Econômico (SDE), Angelo Almeida, reforça a importância dos números positivos, destaca a postura das empresas em busca do crescimento sustentável e reafirma o compromisso do governo da Bahia com a pauta.
“Existe uma tendência muito forte dos consumidores na busca por produtos sustentáveis. E a responsabilidade dessas companhias se enquadra a essa tendência de mercado”, destaca o gestor, que pontua ainda o trabalho da SDE em apoio ao segmento, através da Agenda Positiva do Setor Florestal com o Governo do Estado (APFLOR) e na proposta do Plano Bahia Florestal 2033.
“Para fortalecer ainda mais o segmento, a SDE e a ABAF criaram a APFLOR, uma agenda positiva com produtores e empresas do ramo. O nosso objetivo é ampliar esse diálogo e atender as demandas apresentadas com objetivo de melhorar a produtividade do segmento, que é tão relevante para o estado”, conclui.
Entre as empresas que se destacam está a Suzano, referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do cultivo de eucalipto. Instalada há 30 anos no estado, é uma das companhias que tem a sustentabilidade como parte da sua estratégia de negócio.
Segundo o coordenador de Meio Ambiente Florestal da corporação, Diomar Biasutti, o grupo assumiu um conjunto de metas de longo prazo, entre elas, a de capturar 40 milhões de toneladas de dióxido de carbono até 2025. O composto químico é um dos principais gases do efeito estufa.
“Nossa meta em relação à remoção de carbono da atmosfera é ambiciosa, mas o modelo de cultivo sustentável de árvores, em sistema de mosaicos em que preservamos a mata nativa, contribui fortemente para alcançarmos esse objetivo”, destaca.
Meryellen Oliveira, Gerente de Meio Ambiente e Certificações Florestais da Bracell, empresa que possui uma unidade industrial no Polo de Camaçari, também destaca as práticas adotadas.
“A Bracell investe em programas voltados à pesquisa e proteção dos recursos hídricos, do solo, da mata nativa e da fauna silvestre. Além disso, forma parcerias com instituições e governos em programas ambientais a fim de ampliar o alcance das ações”.
Ainda segundo a gerente, são oito os programas cujos dados norteiam a tomada de decisões sobre o manejo florestal, que contribuem para a manutenção da qualidade ambiental e para a promoção da conscientização das comunidades para uma convivência harmoniosa com o ambiente.
A presidente da ABAF e Líder Global de Relações Corporativas da Suzano, Mariana Lisbôa, reforça a importância do setor e que o compromisso com o meio ambiente é uma preocupação de todo o grupo.
“Considerando as oportunidades de expansão das florestas plantadas e do uso de produtos florestais em diversas cadeias produtivas, é evidente que o setor de árvores cultivadas possui potencial de contribuição em diversas frentes. Além disso, é reconhecido o cuidado com a natureza e com o investimento constante em pessoas, tecnologia e ciência. São fatores fundamentais para que a indústria de base florestal atenda aos consumidores e cuide do meio ambiente, inclusive no combate às mudanças do clima”, destacou.
Plano Bahia Florestal 2033
Em discussão, o Plano Bahia Florestal 2033 é uma proposta da ABAF para orientar o planejamento do setor. Entre os principais pontos estão a ampliação e o fortalecimento da cadeia produtiva de madeira na Bahia; atração de novos investimentos; uso múltiplo da madeira; maior inclusão dos pequenos e médios produtores e processadores de madeira; incentivo de novas fronteiras agroindustriais que podem se beneficiar das infraestruturas em torno da Ferrovia de Integração Oeste – Leste (Fiol), da Centro-Atlântica (FCA) e do Porto Sul. As informações são de assessoria.