O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu responder nesta quarta-feira (26) ao ataque infantil feito por Jair Bolsonaro, que em evento do PL em São Paulo na terça-feira (25) chamou o atual mandatário de “jumento”.
“A quem interessa… Leva-se em conta os países europeus, os países do norte, interessa eu ou um entreguista na Presidência da República? Um analfabeto. Um jumento, por que não dizer assim?”, havia declarado Bolsonaro em discurso exaltado e cheio de palavrões.
Lula, então, revelou que foi provocado pela imprensa a rebater o xingamento, e o fez com uma resposta acachapante: mesclando inteligência e bom humor. Em sua manifestação, o presidente sequer citou o nome de Bolsonaro.
“Ontem a imprensa me pediu para responder uma pessoa que tentou me atacar chamando de ‘jumento’. Um animal simpático e mais esperto que alguns. O que seria ofensivo seria comparar um jumento a ele, isso sim. Ofensivo aos jumentinhos que não fazem mal a ninguém”, escreveu Lula em suas redes sociais.
Desesperado, Bolsonaro apela para radicalismo e fala em “ponta da praia”
Durante participação em evento de filiações ao seu partido, o PL, realizado em São Paulo (SP) neste terça-feira (25), Jair Bolsonaro demonstrou estar desesperado com sua inelegibilidade, decretada pelo Tribunal Superior Eleitoral (STF), e sinalizou certa apreensão ao apelar para o radicalismo, falar palavrões, atacar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Justiça brasileira.
Em um discurso longo e com tom exaltado, o ex-presidente xingou Lula de “jumento”, disse querer voltar à presidência da República e reclamou de sua condenação na Justiça eleitoral.
Segundo Bolsonaro, o TSE o condenou à inelegibilidade pelo fato de ele querer se presidente por mais um mandato, e não por abuso de poder ao convocar uma reunião com embaixadores estrangeiros para atacar o sistema eleitoral brasileiro.
“Triste um país que pune um político não pelos seus defeitos ou erros, mas por suas virtudes. Eu fui punido no TSE por virtude. Vontade de ser presidente novamente, não é verdade? Eu queria ir para a praia, mas entendo que é uma missão”, afirmou.
Em outro momento de sua fala, Bolsonaro saiu em defesa dos golpistas que participaram dos atos antidemocráticos em 8 de janeiro e ainda usou a expressão “ponta da praia” para se referir àqueles que defendem o Estado Democrático de Direito.
“Ponta da praia” é um termo usado por militares para se referir à Restinga da Marambaia, no Rio de Janeiro, local que ficou conhecido por ser onde se praticavam tortura, execução e desova de corpos de presos políticos na ditadura miliar.
“Qualquer um pode ser preso hoje em dia por nada. […] Qual é a acusação? Ofendeu o Estado democrático de Direito. Ah vá pra ponta da praia! Tudo é Estado democrático de Direito”, disparou. As informações são da Revista Fórum.