O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, venceu, em definitivo, uma ação judicial movida por sua família contra o Hospital Santa Lúcia, em Brasília, pela morte de seu filho Marcelo Dino, aos 13 anos, em 2012. A indenização fixada pela Justiça foi de R$ 600 mil para cada uma das partes, Dino e sua ex-esposa, Deane Fonseca.
A decisão põe fim a um processo que se estendeu por 13 anos e seis meses, após o adolescente falecer em decorrência de uma crise de asma. Marcelo havia sido internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, onde chegou a ser estabilizado, mas sofreu uma piora durante a madrugada e morreu às 7h do dia seguinte.
Na ação, o casal alegou negligência médica, sustentando que a médica plantonista da UTI pediátrica havia abandonado o posto. Em publicação nas redes sociais, Flávio Dino afirmou que a vitória judicial representa “o reconhecimento da culpa do hospital” e anunciou que doará integralmente o valor da indenização.
“A ‘indenização’ que foi paga por essa gente não nos interessa e será integralmente doada. O que importa é o reconhecimento da culpa do hospital. Espero que essa decretação de responsabilidade tenha resultado no fim dos péssimos procedimentos do hospital Santa Lúcia, que levaram à trágica e evitável morte de uma criança de 13 anos”, escreveu o ministro.
Dino também prestou uma homenagem ao filho, relembrando seu amor por esportes, música e pelo Flamengo. “Meu filho Marcelo era forte, adorava brincar, jogava bola muito bem, todos os dias. Amava a sua escola, o Flamengo, o seu cachorro Fred (que já se foi), a sua guitarra, que dorme silenciosa no meu armário”, declarou.
O ministro aproveitou o relato para incentivar outras famílias a não desistirem de buscar justiça em casos de negligência médica.
“Conto essa triste história para que outras famílias, também vítimas de negligências profissionais e empresariais, não deixem de mover os processos cabíveis. Nada resolve para nós próprios, mas as ações judiciais podem salvar outras vidas”, completou.
Na época, uma médica e uma enfermeira chegaram a ser investigadas e processadas por homicídio culposo, mas foram absolvidas por falta de provas em 2018.
Jornal da Chapada

