Anunciado como um presente de Natal para Salvador, o show de Roberto Carlos, realizado na noite desta quinta-feira na Arena O Canto da Cidade, acabou evidenciando uma divisão clara entre os públicos e levantando questionamentos sobre o uso do termo “gratuito” pela Prefeitura de Salvador.
Apesar da promessa de acesso livre, a estrutura do evento revelou setores distintos, com privilégios bem definidos. O espaço montado para a apresentação contou com três mil cadeiras em área próxima ao palco. Segundo apuração do BNews, apenas cerca de 40 desses assentos foram destinados a convidados pessoais de Roberto Carlos. O restante ficou reservado para convidados da prefeitura e da organização do evento, compondo um camarote fechado ao público em geral.
Imagens registradas pelo BNews mostraram de forma explícita a separação dos espaços. Enquanto idosos aguardavam na fila do chamado gargarejo, área mais distante do palco, cadeiras na frente permaneciam vazias momentos antes do início do espetáculo. A cena gerou incômodo entre parte do público, especialmente por se tratar de um evento divulgado como aberto e inclusivo.
Segundo uma fonte ligada à equipe de Roberto Carlos, a polêmica não surpreendeu os envolvidos na produção. De acordo com esse relato, a gestão municipal teria “dado um tiro no pé” ao anunciar o show como totalmente gratuito.
Ainda segundo a fonte, desde o início já se sabia que o evento teria espaços reservados para setores pagos, o que tornaria inevitável a frustração de parte do público ao chegar ao local. Os ingressos para esses setores variaram entre R$ 600 e R$ 1.800 e puderam ser adquiridos pela internet.
Na prática, o evento foi dividido em três grandes setores. Cerca de 50 mil lugares foram destinados ao público geral, sem custo. Outros três mil assentos ficaram concentrados em camarotes e áreas especiais, vinculados a convites e setores pagos. Além disso, segundo a prefeitura, 800 cadeiras foram separadas exclusivamente para idosos de abrigos conveniados, como parte de uma ação social paralela à programação principal. Com informações do Bnews.























































