O morador do município de Palmeiras, Sobral Lima, assina texto que denuncia o descaso da administração pública com a Vila do Capão, um dos principais pontos turísticos da Chapada Diamantina. O texto foi publicado no site Bahia Já e aponta que “as críticas à administração municipal batem recorde e causam enorme desgaste político ao prefeito Adriano de Queiroz Alves, mais conhecido por ‘Didico’ (PPS). A Vila do Capão tem no turismo sua maior fonte de renda e a Cachoeira da Fumaça e o Vale do Pati, entre outros, são símbolos internacionais. Nos últimos 15 dias que antecederam ao réveillon, as chuvas prejudicaram bastante o acesso de 22 quilômetros de terra batida que liga Palmeiras ao Capão, motivo de severas críticas ao prefeito, que não fez o dever de ‘casa’ para reverter o caos ou pelo menos minorar os estragos”.
Ainda de acordo com o texto do morador, “para piorar ainda mais o quadro, uma das máquinas doadas pelo governo, do Programa PAC 2 – uma patrol – desde que chegou está desativada: deu pane e o painel da máquina foi levado para São Paulo, onde aguarda conserto até hoje. O correto seria o governo substituir a máquina ou o gestor solicitar ao Consórcio da Chapada uma emprestada para melhorar o acesso ao Capão, mas a ineficiência optou por esperar a reposição do painel”.
Crise financeira
Com pouco mais de 800 habitantes distribuídos na vila e povoados próximos, a crise financeira que se abate no município começa a fazer estragos. “No posto de saúde (PSF) falta gaze, esparadrapo e medicamentos básicos, as demissões e atraso de salários rondam as famílias – até aliados entraram no corte e fazem denúncias – e a secretária de Assistência Social, cunhada do prefeito, foi exonerada por deixar que centenas de benefícios do Bolsa Família fossem bloqueados pela Caixa”, pontua texto do morador, no site Bahia Já.
Sobral também afirma que “em meio a esse cenário e com pouco mais de um ano no cargo, o prefeito municipal nada decide sobre uma das questões mais polêmicas, que é o asfaltamento do acesso Palmeiras/Vila do Capão”. segundo ele, essa ação é um desejo de mais de 70% da população aferido em pesquisa já realizada. Outros desejos são a telefonia móvel e internet banda larga e barata. “Segundo dados da pesquisa, o custo para asfaltar o trecho seria de R$7 milhões, enquanto a opção de fazer a obra com pedra, alternativa considerada como ‘ecológica’, custaria R$27 milhões. Essa última, segundo alguns, seria a preferida do prefeito. Tem quem defenda uma solução mista: parte asfalto, parte pedra”.
O morador continua dizendo que as pessoas que “defendem o asfaltamento alegam que somente ‘uma meia dúzia de artistas e intelectuais’ resiste à realização da obra, que resultaria em benefícios reais para quem realmente precisa. Citam, por exemplo, que o transporte de doentes para Seabra e Iraquara seria feito em menor tempo e reduziria os custos, o asfalto faria o transporte ser mais barato, os veículos quebrariam menos e a manutenção cairia, o turismo seria beneficiado e aumentaria, expandido a geração de emprego e a distribuição da renda. Enquanto nada se decide, o povo sofre”.