Uma das mais tradicionais festas populares de Salvador, a Festa do Senhor do Bonfim agora é Patrimônio Imaterial Nacional. O título foi entregue na manhã desta quarta-feira (15), na Igreja do Bonfim, pela ministra da Cultura, Marta Suplicy, e a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado, ao governador Jaques Wagner, ao prefeito ACM Neto e ao bispo auxiliar Dom Marcos Eugênio. Para Wagner, o título reforça a importância da festa e da Lavagem do Bonfim para a cultura do Brasil e ajuda a conservar a tradição baiana. “Estamos em um processo de valorização da festa, que atrai gente do mundo todo”.
Realizada sem interrupção desde 1745, a festa traz para Salvador o maior número de participantes, depois do Carnaval. A fé e a devoção são características marcantes de quem participa do ato religioso. Um dos pontos altos da festa e que a individualiza no conjunto das festas de santo e das festas de largo de Salvador é a Lavagem do Bonfim, que se segue ao cortejo, realizada por baianas e filhas de santo e acompanhada por um enorme contingente de moradores, turistas e devotos do Senhor do Bonfim (Oxalá, no candomblé).
Símbolo para o Brasil e para o mundo –“A Igreja do Senhor do Bonfim é um símbolo para o Brasil e para o mundo, e a festa é democrática, atraindo pessoas de todos os lugares. O Bonfim tem uma importância histórica, pela sua manifestação de séculos e por ser um espaço de convivência e de fé”, disse Marta Suplicy. Os rituais e as celebrações da festa acontecem em diversos espaços de Salvador, tendo seu início com o cortejo que sai da Igreja da Conceição da Praia, no bairro do Comércio, e seu ponto focal na Basílica do Senhor Bom Jesus do Bonfim, situada na Colina Sagrada, na península de Itapagipe, cenário onde é realizada a lavagem das suas escadarias.
A igreja, construída para abrigar a imagem do Senhor do Bonfim que foi trazida de Portugal no século 18, é um monumento tombado pelo Iphan desde 1938, registrado no Livro de Belas Artes. Como festa de largo, a Lavagem do Bonfim incorpora práticas religiosas do catolicismo e do candomblé, associando o culto dos orixás ao culto católico tradicional.