A atual prefeita do município de Itaetê, na Chapada Diamantina, Lenise Estrela (PSB), recebeu o repúdio dos membros do conselho da Paróquia Nossa Senhora das Graças por meio de nota publicada nas redes sociais e no site da paróquia. A decisão foi tomada durante reunião no dia 8 de fevereiro contra o que chamou de “atitudes desrespeitosas da prefeita do município contra os padres Erivaldo e Luis Miguel”. Na nota, os paroquianos dizem que respeitam a gestão de Itaetê e que torcem para que façam um bom trabalho, mas repudiam a atitude da gestora e de quem a defendeu, referindo-se ao cidadão Júnior Pau Ferra, que, segundo eles, desrespeitou os símbolos sagrados da Igreja Católica.
Para explicar o fato, os paroquianos descrevem a situação por meio da nota de repúdio. Os católicos apontam que no dia 22 de dezembro de 2013, o padre Erivaldo fez uma postagem em sua página no Facebook falando dos estragos causados pelas chuvas que atingiam a região, da solidariedade daqueles que ajudavam a desatolar os carros e agradeceu a Deus pelo bom tempo. A partir daí as pessoas no uso pleno da liberdade de expressão começaram a comentar a postagem e a pedir que o poder público agisse para amenizar a situação, pois constataram que no trecho da estrada entre Itaetê e o distrito de Rumo algumas valetas estavam abertas a mais de uma semana. A prefeita Lenise Estrela e seu partidário entraram na conversa e começaram a defender-se e culpar o Estado.
“[A participação do poder público no diálogo] era bom, pois estavam esclarecendo a situação. O diálogo parecia fluir de um jeito educado, era somente uma discussão acerca de uma situação administrativa. Porém, repentinamente, a prefeita perdeu o equilíbrio e, mostrando-se não estar preparada para o diálogo respeitoso, disparou várias acusações contra o padre Luis Miguel, chamando-o de nazista, oportunista, demagogo, chefe de quadrilha, burro, corrupto, padreco frustrado, idiota, louco, sem escrúpulos, de passagem insignificante pela nossa paróquia”, descreve a nota de repúdio encaminhada ao Jornal da Chapada.
No texto ainda diz, que “no auge de sua arrogância a prefeita muito mal informada afirmou que o padre foi afastado pelo bispo de suas atividades paroquiais e estava exilado entre quatro paredes na Paróquia de Andaraí”. “Seguindo o exemplo de sua mestra, o fiel defensor [Junior Pau Ferro] entrou novamente na conversa, desta vez para ofender duramente os padres Luis Miguel e Erivaldo chamando-os de baixo clero, além de desrespeitar os símbolos sagrados da Igreja Católica ao se referir a uma veste litúrgica denominando-a de vestido. Diante do exposto não podemos nos calar”.
Os membros da Paróquia em Itaetê se sentiram envergonhados ao notar que as palavras tão depreciativas fazem parte do vocabulário de uma pessoa pública e com uma boa formação intelectual. “Vê-las direcionadas a um servo de Deus nos faz pedir que a senhora e seu defensor tenham mais respeito às comunidades desta paróquia, suas lideranças e aos padres. Queremos então repudiar as ofensas pessoais, as mentiras, a arrogância, o autoritarismo, a intolerância religiosa e o desrespeito para com os símbolos sagrados; manifestar nosso compromisso na luta pela justiça social, pela superação da pobreza e a boa aplicação do dinheiro público. Queremos enfim, ser a Igreja de Cristo, que impulsionada pelo Espírito Santo e fortalecida pelo testemunho do Papa Francisco cumpra a sua missão profética de anunciar a alegria do Evangelho e denunciar as estruturas opressoras do pobre”. Até o fechamento deste texto a prefeita de Itaetê não havia se manifestado. A íntegra da nota de repúdio pode ser conferida aqui.