O líder da oposição na Assembleia Legislativa, Elmar Nascimento (DEM) ocupou a tribuna nesta segunda-feira (24) para defender a necessidade de se instalar uma CPI independente no Congresso Nacional para se investigar a operação “malcheirosa”, envolvendo a compra pela Petrobras de uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos, transação essa que trouxe um prejuízo de mais de US$ 1 bilhão aos cofres públicos.
“Não se convence nem a uma criança sequer que uma empresa vendida por US$ 42 milhões em um ano, no outro seja recomprada por US$ 1,3 bilhão. Isso deixou rastro e tem que ser investigado”, acentuou o deputado, que achou inconcebível o fato de o governador Jaques Wagner, na época conselheiro da estatal, tenha declarado não saber o que estava assinando pois se tratava de decisão estratégica.
“Ora, os conselhos das empresas são remunerados e eles se reúnem para evitar que esse tipo de coisa seja cometida, pois é obrigação do conselheiro se inteirar de tudo”, argumentou, lembrando que a presidente Dilma Rousseff, na época presidente do conselho, foi quem convocou a reunião em que a compra foi aprovada.
Para Elmar, o governador está inteirado de tudo, mas mesmo assim, em nenhum momento cogitou o afastamento do secretário José Sérgio Gabrielli, na época presidente da estatal. “O governador assume todos os riscos e ele, que participou lá e aqui, é conivente por ação. Dessa forma a Petrobras foi transformada na 12ª empresa do mundo para a 120ª no ranking”, lamentou.
O líder oposicionista afirmou que sua preocupação maior reside no fato de Gabriellai ser “o homem da ponte”, e ele teme que se traga para a Bahia uma transação semelhante à que ocorreu nos Estados Unidos. “Apesar de tudo, espero que Wagner e Gabrielli não tenham participado diretamente nesse que foi o maior e mais recente escândalo da República”, finalizou.