Em clima de Copa do Mundo, o Ministério da Saúde lançou na terça-feira (27), em parceria com o Governo do Estado e Prefeitura de São Paulo, o projeto “Driblando a Tuberculose”. A ação tem como objetivo unir mobilização social e esporte para disseminar informações e mensagens sobre a doença aos escolares. De iniciativa da Parceria Brasileira contra a Tuberculose, o projeto também pretende combater os casos e o estigma associados ao agravo. O coordenador do Programa de Tuberculose do Ministério da Saúde, Dráurio Barreira, participou nesta terça-feira da cerimônia de lançamento no Centro Educacional Unificado Butantã, na capital paulista.
A primeira fase do projeto consiste em informar a população sobre a doença. Para isso, cinco mil bolas de futebol, com mensagens ilustrativas de prevenção, sintomas e tratamento da tuberculose foram distribuídas aos alunos do CEU Butantã e escolas vizinhas de São Paulo. Nas próximas etapas, que acontecerão depois da Copa do Mundo, o projeto vai realizar busca ativa de casos em estudantes e em seus familiares, para posteriores tratamento e cura.
Um cartão de bolso, chamado passaporte da saúde será entregue a cada aluno para incentivá-los a “examinar” seus familiares, procurando os sintomas da tuberculose durante duas semanas. As famílias que apresentarem sintomas serão visitadas por um agente de saúde. Esta ferramenta poderá proporcionar um aumento na detecção de casos, além de sensibilizar crianças a se tornarem adultos responsáveis e engajados em driblar a tuberculose.
Durante o lançamento do projeto, o coordenador do Programa de Tuberculose do Ministério da Saúde ressaltou a importância do esporte nas questões sociais. “O esporte, especialmente o futebol, tem o poder de unir, informar e educar pessoas. Ao associar o espetáculo mundial de futebol à necessidade de mobilização em massa, o projeto pretende “driblar a tuberculose”, aumentando o conhecimento da população na luta contra a doença”, destacou Dráurio Barreira.
O projeto está sendo implantado, inicialmente, em duas escolas paulistas, o CEU Butantã e a escola Professor Pedro Navas. As duas instituições foram escolhidas depois de um mapeamento que definiu áreas estratégicas para atuação, levando em consideração fatores como taxa de incidência, cura e abandono, além de disponibilização e acesso aos serviços de saúde. Posteriormente, o projeto será expandido para todas as cidades seda da Copa do Mundo e outros municípios prioritários no controle da tuberculose.
CASOS
Na última década, a taxa de incidência da doença apresentou importante tendência de queda. No ano passado, a taxa de incidência foi de 35,4 por 100 mil habitantes, contra 44,4/100 mil em 2003. Foram registrados – em 2013 – 71.123 casos novos de tuberculose. Em 2012 foram registrados 36,7 casos por 100 mil habitantes, enquanto que no ano 2002 era de 44,4 – uma redução de 21%. Também no ano de 2012, o Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon, enviou carta à presidenta Dilma Rousseff parabenizando o governo brasileiro e o Ministério da Saúde pelos importantes avanços atingidos no controle da tuberculose no Brasil, evidenciados pela diminuição do número de casos novos e de mortalidade causados pela doença.
São mais vulneráveis à doença as populações indígenas, presidiários, moradores de rua – estes devido à dificuldade de acesso aos serviços de saúde e às condições específicas de vida -; além das pessoas vivendo com o HIV. A tosse por mais de três semanas, com ou sem catarro, é o principal sintoma da tuberculose. Qualquer pessoa com este indício deve procurar uma unidade de saúde para fazer o diagnóstico. Para atingir a cura, o paciente deve realizar o tratamento oferecido, gratuitamente, pelo SUS, durante seis meses, sem interrupção. Extraído do Portal da Saúde.