Em clima de Copa do Mundo, os acampados do pré-assentamento Estrela Vive, da Fazenda Mocó, em Feira de Santana, comandaram os festejos de cinco anos de ocupação com arrasta pé e muito forró no “Arraiá da Amizade”. A festa dos membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) aconteceu na noite desta quinta-feira (19), reuniu mais de 600 pessoas e recebeu a presença de lideranças políticas como os deputados petistas Valmir Assunção (federal) e Zé Neto (estadual). Ambos citaram a importância da continuidade da luta por reforma agrária e defenderam as ações de organização e de infraestrutura para a localidade, assim que for regularizada a desapropriação das terras ocupadas.
“A reforma agrária é um processo contínuo e que os acampados desta fazenda aguardam há cinco anos. O nome Estrela Vive é em homenagem ao companheiro Estrela, que faleceu lutando pela terra. Não tenho dúvidas de que essa luta do MST não será em vão. Hoje estão todos de parabéns por resgatar uma cultura tradicional deste período do ano, que é o São João. Não se pode deixar uma tradição como esta acabar, e os militantes entendem isso. Nesta comemoração, por exemplo, vimos apresentação teatral, com o casamento na roça, quadrilha junina com a participação da juventude e muito forró pé de serra”, diz Valmir Assunção ao lado da diretora da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), em Feira de Santana, Edineide Queiroz.
De acordo com a militante do MST e membro da regional do Recôncavo, Leonice Rocha, o evento marcou os cinco anos de ocupação da Fazenda Mocó com resgate da cultura junina. “Esse evento estabelece uma relação de intercâmbio com outros assentamentos e acampamentos da regional”, aponta Rocha. Ainda segundo a militante, cerca de 130 famílias atuam no pré-assentamento com cultivo de milho, mandioca, amendoim e projetos de hortaliças. “Aqui é um local bem seco e temos dificuldades no plantio, mas agora, com a temporada de chuva, o pessoal já tinha preparado a terra chegamos a outra etapa”, completa. As famílias acampadas estão há cinco anos aguardando a legalização da terra da Fazenda Mocó, que pertence ao governo estadual, para criação do assentamento e ter infraestruturas como escolas, quadras poliesportivas, saneamento básico e pequenas indústrias.