Apresentando as propostas do seu Plano de Governo Participativo (PGP ) durante entrevista a uma emissora de rádio de Salvador, na manhã dessa quinta-feira (17), o candidato a governador Rui Costa (PT) disse que seu maior sonho é chegar, depois de quatro anos, ao final do governo, e falar para os três filhos que eles podem se orgulhar do pai, que trabalhou para honrar a memória e ensinamentos de honradez e energia aprendidos com a mãe dele, e trabalhou para ajudar aos que mais precisam.
Para Rui, com a base estruturada deixada pelo governador Jaques Wagner, poderá avançar muito mais em áreas fundamentais para o desenvolvimento da Bahia, como infraestrutura, educação, saúde e segurança. “Eu estou com muita vontade de trabalhar. Nunca tive duvida de que queria ser governador e vou colocar em prática todas as propostas do meu programa de governo, construídas em parceria com a população”. Para elaborar o programa de governo, Rui percorreu todas as regiões do estado, durante seis meses e reuniu 50 mil pessoas que expuseram necessidades e propostas. Conversou com especialistas em grupos setoriais.
Na segurança, por exemplo, lhe foi apontada a necessidade de criar condições para que os não caiam no “canto da sereia” dos traficantes e possam sonhar com coisas melhores, como se tornar médico, cantor, atleta. “Vou ampliar o número de escolas em tempo integral, para que em um turno aprendam as disciplinas regulares e no outro desenvolvam habilidades em diversas áreas: esporte, música, uma profissão”, exemplificou. “Tenho meta de colocar mais 150 mil jovens matriculados em cursos profissionalizantes, retomar as competições olímpicas entre as escolas e promover arte e cultura em toda a rede de ensino”, completou, reforçando que o Estado fará sua parte, mas a família e a escola serão os pilares fundamentais para o sucesso da proposta.
Rui quer coversar com todas as esferas de poder para buscar soluções efetivas para reduzir os índices de violência. “Segurança não é só questão para a Bahia. São Paulo, por exemplo, bate Record em explosões de caixas eletrônicos. O governo federal tem que entrar de forma decisiva , com o Exército e Polícia Federal, que são os responsáveis pelo controle de compra e venda de explosivos”.
De sua parte, o petista disse que vai fortalecer a inteligência e corregedoria das polícias. “Não é possível que uma operação para desbaratar as grandes corporações criminosas seja prejudicada por vazamento de informação”. Outras medidas do candidato ao governo serão implantar bases do Grupamento Aéreo da PM em seis regiões do estado, criar mais companhias especializadas, como a Cerrado e Caatinga, um BOPE que enfrentará os grandes grupos do crime, deixando a Choque para cumprir a função de atender os conflitos de Rua.
Rui reconhece que há muito para fazer em Segurança, mas também disse que não reconhece em seu adversário Paulo Souto autoridade para atacar. “Wagner recebeu sucata como herança. Duzentas cidades estavam sem viatura, os policiais usavam o velho 38 e a polícia civil tinha que revezar arma. Confirmem o que eu digo com delegados ou policiais. Muitos não saiam para operações porque não tinham arma, não tinham colete à prova de bala”, desafiou. “O candidato Paulo Souto usa a Segurança como assunto quase exclusivo, mas não responde como conseguiu aumentar em 87% o índice de violência em relação ao que recebeu do governador César Borges”, desafiou.
Rui, se declarando detalhista, disse que chamará para si a responsabilidade de cobrar dos comando das policias, de todas as regiões da Bahia, o cumprimento dos indicadores estabelecidos para redução da violência. A bancada legislativa em Brasília e Assembleia Legislativa também serão chamadas a contribuir. “Essa é a diferença que quero fazer. Já comentei isso com meus pares, deputados federais. No congresso não vemos os mineiros e gaúchos se digladiando quando o que está em pauta são os interesses da população. Vamos estabelecer um pacto para revisão do Código Penal”, garantiu Rui.
O Código Penal Brasileiro foi escrito na década de 40, do século passado, e Rui Costa pretende discutir com o Legislativo a necessidade de rever situações como a de presos que matam e depois de cumprir apenas 1/3 da pena são soltos. “O Código mais rigoroso pode evitar que pessoas sejam beneficiadas com redução de penas, sejam liberadas e voltem a cometer delitos”.