Em Feira de Santana, o Centro Integrado de Comunicação da Polícia Militar (CICOP) recebe 3.500 ligações por dia, sendo que 60% delas são trotes. Durante as conversas, os policiais tentam verificar se as informações são falsas, mas muitas vezes eles vão até o local e só assim percebem que é um trote.O CICOP de Feira de Santana recebe ligações do 190, 193 (Bombeiros) e 197, da Polícia Civil. São oito linhas telefônicas com 20 policias atendendo nos chamados. “Eles querem que a viatura passe no local e não tem nada. Não tem ocorrência nenhuma”, diz uma atendente. Já no Samu, a cada dez ligações, três são trotes. O médico do Samu de Feira de Santana afirma que não são só as crianças que fazem ligações falsas. “Infelizmente são adultos, mulheres, homens, pais de família, que ficam com brincadeirinha com um serviço tão sério como é o Samu”, relata.
Projeto
Há um ano, o Colégio Estadual Teotônio Vilela, em Feira de Santana, elaborou um projeto de Cultura de Paz. Todos os dias, antes de começar as aulas, os professores orientam os alunos sobre cidadania e respeito ao próximo. Entre os temas, a importância de não passar trote. “É algo que realmente a gente está plantando e está vendo os frutos desse nosso trabalho aqui, com relação aos trotes dentro da escola, e também no dia a dia desses alunos lá fora”, comenta Tânia Mascarenhas, vice–diretora da escola.
Um capitão da PM foi convidado para falar dos prejuízos que os trotes causam. Com a abordagem, os alunos entenderam que uma ligação falsa pode trazer grandes prejuízos. “Muita gente acha isso engraçado, mas não é”, diz um aluno. O capitão da Polícia Militar, Rosuildo Cardoso, afirma que passar trote é crime. A pena é de detenção de seis meses a um ano, além de multa. É muito mais do que a gente se preocupar com a questão do crime, é você pensar também que isso é uma grave ofensa à cidadania das pessoas”, finaliza. Extraído do Portal G1.