O presidente de uma empresa da Bahia, ligada ao setor de construção, foi preso na manhã desta sexta-feira (14) por policiais federais pela Operação Lava Jato. De acordo com a PF, o mandado foi cumprido no Hotel Pestana, no bairro do Rio Vermelho, por volta das 8h, e o suspeito foi transferido para Curitiba, no Paraná. A PF afirma que foi cumprido mandado de busca e apreensão de documentos no aeronave da pessoa, que teve identidade preservada pela cúpula policial.
A prisão fez parte da sétima fase da Operação Lava Jato. Além da Bahia, a operação acontece no Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, realizada por 300 agentes federais. Um dos detidos é o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Indicado pelo PT para o cargo de alto escalão, ele foi preso em sua residência, no bairro da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e conduzido para a superintendência local da PF.
Foram presos também funcionários de ao menos nove empresas: Camargo Corrêa, Odebrecht, OAS, UTC Engenharia, Engevix, Iesa, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia e Mendes Júnior. Em entrevista coletiva concedida em Curitiba, os delegados da PF informaram que as prisões tiveram foco nos executivos das empresas que celebraram contratos com a Petrobras nos últimos anos. A PF disse que foram presos “agentes secundários” que tinham envolvimento com doleiros integrantes do esquema criminoso. Os nomes dos funcionários presos não foram divulgados.
Os investigados que ainda não foram encontrados, esclareceram os delegados, já tiveram seus nomes registrados no sistema da Polícia Federal e estão impedidos de deixar o país. Os nomes dos investigados com mandado de prisão preventiva foram incluídos na lista de alerta vermelho da Interpol.
Delação premiada
O ex-diretor de Refino e Abastecimento da estatal do petróleo, Paulo Roberto Costa, que fez acordo de delação premiada e cumpre prisão domiciliar, revelou, durante depoimento à PF e ao Ministério Público Federal, ter conhecimento de irregularidades praticadas na Diretoria de Serviços da empresa e na divisão internacional da estatal entre 2004 e 2012. À época, o diretor de Serviços da petroleira era Renato Duque e a área internacional estava sob responsabilidade de Nestor Cerveró.
A Petrobras está no centro das investigações da operação Lava Jato. O esquema, segundo a PF, foi usado para lavagem de dinheiro e evasão de divisas que, segundo as autoridades policiais, movimentou cerca de R$ 10 bilhões.
Os principais contratos sob suspeita são a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, que teria servido para abastecer caixa de partidos e pagar propina, e o da construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, da qual teriam sido desviados até R$ 400 milhões.
Extraído do G1.