O Conselho de Ética da Câmara arquivou nesta terça-feira (2), por unanimidade, os processos por quebra de decoro abertos para investigar os deputados Afonso Florence, Rui Costa e Nelson Pelegrino, todos do PT da Bahia. Os processos foram motivados por representações apresentadas por PSDB e DEM, baseadas em reportagem publicada em setembro pela revista “Veja”, que aponta um suposto envolvimente dos parlamentares no desvio de dinheiro destinado à construção de 1.120 casas populares.
Conforme reportagem, a operação teria desviado, desde 2004, cerca de R$ 17,9 milhões de um convênio entre a ONG Instituto Brasil e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia. A denúncia, feita pela presidente da organização, Dalva Sele, aponta que a entidade foi criada por petistas do estado com o objetivo de financiar o caixa eleitoral do partido.
Os três relatores, Wladimir Costa (SD-PA), Mauro Lopes (PMDB-MG) e Ronaldo Benedete (PMDB-SC), votaram pelo arquivamento dos processos. Os deputados alegaram que as representações se basearam exclusivamente na reportagem da revista “Veja”, que teria sido extraída sobretudo das declarações atribuídas a Dalva Paiva. De acordo com os parlamentares, tanto a reportagem, quanto as declarações de Dalva, não apresentaram provas suficientes que justifiquem a investigação por quebra de decoro.
Em setembro, Nelson Pelegrino, reeleito deputado, classificou a reportagem da revista como “tendenciosa” e disse que as declarações de Dalva Sele são “mentirosas”. Afonso Florence, também deputado reeleito, disse que ela não tem provas das acusações e que a oposição tenta “interferir no curso da disputa eleitoral na Bahia”. Rui Costa, eleito governador da Bahia, negou envolvimento e atribuiu as denúncias ao que chamou de “ganância eleitoral”. Extraído do G1.