O conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Mário Negromonte, refutou nesta domingo (14), através de nota, as denúncias publicadas esta semana pela revista Veja, de que teria recebido propina quando foi ministro das Cidades do governo Dilma. O fato estaria ligado ao escândalo da Petrobras. O deputado federal Luis Argolo (SD) também foi mencionado na reportagem. “Refuto a afirmação de que seria um assíduo frequentador do escritório do Sr. Alberto Youssef e não é encontrado em qualquer suporte em fatos ou provas a afirmação de que eu faria parte da “folha de pagamentos do esquema da Petrobras”, disse.
O ex-deputado também teceu comentários a respeito do seu irmão, Adarico Negromonte. “O fato de um dos meus irmãos ter declarado trabalhar para o Sr. Youssef não autoriza a ilação de que isso seria prova da manutenção de “laços com a quadrilha.” Primeiro, porque não possuo qualquer ingerência acerca das atividades profissionais de qualquer um dos meus dez irmãos. Não é crível que a mesma publicação que reiteradamente informa que o Sr. Youssef participaria de um esquema bilionário, afirme, agora, que meu irmão teria parte do salário custeada por mim”, afirmou. Sobre o serviço apelidado de “propina delivery”, a publicação afirma que era feito pelo entregador oficial do grupo liderado pelo doleiro Alberto Youssef, Rafael Ângulo Lopez, que também atendia governadores e senadores. Negromonte comentou o caso.
“Não conheço e jamais recebi qualquer valor das mãos do Sr. Rafael Ângulo ou de qualquer pessoa ligada ao Sr. Youssef. Levantando-se a hipótese de que eu recebia dinheiro, não seria mais seguro receber das mãos do meu irmão, já que dizem que ele fazia tais serviço”, disse. Segundo ele, não procede a ilação de que ao informar que dividia o apartamento com outro deputado a intenção seria a de “levantar uma hipótese”. “Na qualidade de Ministro de Estado, e, portanto, afastado do exercício do mandato parlamentar, não teria direito a usar apartamento funcional da Câmara dos Deputados, o que me levou a dividir a moradia com um outro deputado. Nessa situação, não morando sozinho, haveria outras pessoas para testemunhar que jamais recebi a visita do Sr. Rafael Ângulo no imóvel referenciado pela publicação”, completou.
O ex-parlamentar lembrou que essa não é a primeira vez que enfrenta acusações e ressaltou que todas elas não tiveram repercussão no Poder Judiciário. “Lamento, ainda, a tentativa incansável da publicação de estabelecer uma ligação entre mim e as investigações levadas a cabo na Operação Lava Jato, da Polícia Federal”, discorreu. “Desta feita, entretanto, é a própria Revista Veja que incorre em séria contradição: apresenta pretensos fatos que teriam sido colhidos em depoimentos de uma pessoa que, segundo a própria publicação, estaria ainda negociando sua colaboração premiada, e, portanto, não teria prestado depoimento na condição de colaborador. Certamente está a serviço de alguém”. O político, por fim, ressaltou os 24 anos de vida pública. Extraído da Tribuna da Bahia.