O namoro do PDT com o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), estaria cada vez mais próximo de ser efetivado, conforme avaliação de bastidores. E um novo sinal foi dado ontem pelo presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PDT). Em almoço com jornalistas, no Salão Nobre da Casa, Nilo afirmou que não vai vetar o apoio do seu partido ao prefeito ACM Neto, nas eleições de 2016. Nilo já teria ratificado o assunto para os próprios aliados do alcaide municipal. “Se você conquistar o PDT nacional e estadual eu não vou vetar. Por que não vou? Os deputados da oposição estão todos me apoiando e o PT está contra mim”, disse, se referindo à adesão da bancada da Minoria a sua corrida pelo quinto mandato no comando do Parlamento.
Segundo Nilo, o prefeito nem tocou no assunto com ele, mas ele fez questão de deixar claro seu posicionamento. Segundo disse, o deputado estadual Bruno Reis (PMDB) mencionou a hipótese, o que gerou tal reflexão. Em 2012, o pedetista teria sido a única voz contrária à ligação do PDT com o democrata, inclusive, ameaçando deixar a legenda caso o apoio se tornasse público no pleito para o Palácio Thomé de Souza. Tendo o apoio maciço da bancada oposicionista, Nilo disse ter revisto a posição. Se essa avaliação de Nilo vai permanecer depois da eleição da Mesa Diretora e de uma suposta interferência do governador eleito Rui Costa (PT), que quer ver os aliados imbuídos na tarefa de eleger um representante do grupo para a prefeitura de Salvador essa é uma incógnita, diriam alguns.
Mas alguns rumores mostram a aliança dos pedetistas com Neto, inclusive com a indicação de um quadro para a nova pasta de Trabalho. Uma das cotadas é a ex-secretária estadual de Ciência e Tecnologia (Secti), Andrea Mendonça, irmã do presidente estadual do PDT, o deputado federal Félix Mendonça. Questionado sobre como ficaria essa relação em caso do mesmo concorrer para o cargo de prefeito, Nilo disse que não trabalharia por esse objetivo.
Porém, ao indagar positivamente sobre quem não gostaria de ser prefeito da capital baiana, ele não descartou. “Se eu sentir viabilidade no meio da estrada…” Sobre a chance de a aliança de Rui desbancar a reeleição de Neto, o deputado foi taxativo: Tem que arranjar um candidato bem competitivo, um novo Rui Costa”, disse. O pedetista destacou que o governador eleito foi “a maior surpresa” que ele havia visto. ‘É sério, educado, conhece os problemas da Bahia, mas não é carismático e até esse item ele acabou demonstrando na campanha. Ele se transformou”.
Impasse
Esse deve se preparar para enfrentar um novo embate com Nilo. Nos bastidores consta uma queda de braço entre eles para ver quem tem mais força no partido e dessa vez a briga ficará clara com a confirmação do presidente da Assembleia de que tem desejo pelo comando da agremiação. Na entrevista desta segunda, Nilo evidenciou o plano de concorrer para a presidência do PDT baiano. “Meu clima com Félix está insustentável”, disse, informando que almoçou com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, a quem anunciou que disputaria o comando estadual com o deputado federal.
“Até maio teremos um presidente eleito”, frisou, acusando Félix de ter nomeado amigos e parentes para a Executiva do partido. “Não tenho problemas pessoais com ele. Meu problema com Félix é político. Desde a vez em que vetei o apoio a ACM Neto que ele só me trata como adversário”, afirmou. Extraído na íntegra da Tribuna da Bahia.