Congestionamentos nas rodovias, transtornos para comprar passagens na rodoviária e longas filas de espera para embarcar no ferryboat. Estes problemas, frequentes em períodos de festa e feriados, estão preocupando quem vai viajar para passar o Réveillon no interior da Bahia ou em outras cidades. Apesar de esforços estarem sendo reunidos para minimizar os transtornos, muitos estão pessimistas. No sistema ferryboat, as nove embarcações que compõem o sistema estarão disponíveis para entrar em operação a depender da demanda. Já na BR-324, principal rodovia de entrada e saída de Salvador, as obras realizadas pela ViaBahia – concessionária que administra a rodovia – foram suspensas para evitar que faixas fossem interditadas durante este período, em que o fluxo de veículos deve aumentar cerca de 40%.
A angústia de ter que encarar horas de engarrafamento quase fez o operador de sonda Paulo André Leite, 33, desistir de viajar para Santo Estêvão (a 148 km de Salvador), sua terra natal. “É uma viagem de duas horas, mas durante as festas chega a 7h. Confesso que pensei em ficar por aqui e ir nas férias, mas o coração falou mais alto”, conta. Uma das alternativas para fugir dos congestionamentos é viajar antes da véspera do feriado. É o que pretende fazer o auxiliar de manutenção Romário Mascarenhas, 26, que já comprou passagem para Andorinha (a 430 km da capital baiana).
“Resolvi me antecipar, comprando logo a passagem e viajando mais cedo. É uma maneira de fugir do engarrafamento”, diz ele, que pretende viajar amanhã. Pelo ferryboat, o gerente de logística Ricardo Rodrigues decidiu fazer o mesmo para fugir das longas filas. “Sinto que o ferry tem melhorado, as filas andam mais rápido. Mesmo assim, prefiro não pagar para ver na véspera do feriado”, afirma.
Trechos perigosos
Por conta do aumento de fluxo nas rodovias estaduais e federais durante o Réveillon, os condutores devem redobrar a atenção em dois trechos da BR-324 e um da BR-116, que estão entre os mais críticos do País por conta do alto número de acidentes, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Juntos, os três trechos contabilizam cerca de 11% dos acidentes nas rodovias federais da Bahia, conforme a PRF. Foram 1.173 ocorrências registradas entre agosto de 2013 e julho deste ano nos três pontos, contra um total de 10.498.
Na BR-324, o trecho entre os KM-510 e KM-520 (na chegada em Feira de Santana) e o entre os KM-610 e KM-620 (na saída da capital baiana, entre a Brasilgás e a Palestina) são os mais perigosos. Já na BR-116, o trajeto entre os KM-420 e KM-430, que leva ao Anel de Contorno de Feira de Santana, exige atenção redobrada dos condutores. Estes três pontos registram 3,2% dos mortos nas estradas federais – 25 óbitos no universo de 777, no mesmo período. O mais crítico deles é o trecho entre os KM-610 e KM-620. Neste ponto, foram registrados 466 acidentes, com 166 feridos e 15 mortos. Por conta disso, nestes trechos, os condutores devem reduzir a velocidade, ter atenção nas rotatórias e manter a distância de segurança. Extraído do jornal A Tarde.