Presente no governo do Estado há oito anos, o secretário da Fazenda, Manoel Vitório, comandou a equipe de transição do governador Rui Costa (PT), ajudando a apontar os caminhos das mudanças desejadas pelo novo gestor. Nesta entrevista exclusiva à Tribuna, ele destaca as alterações na estrutura administrativa que irão permitir a redução dos desperdícios e maior eficiência na máquina pública. Manoel Vitório nega ainda que possam acontecer demissões em massa, com a extinção de alguns órgãos e empresas públicas. O titular da Sefaz destaca os indicadores de meta que irão marcar a atuação das secretarias, o que deve “garantir maior ritmo nas ações”. Com perfil discreto e avesso a muitos holofotes, o secretário admite que 2015 será um ano de arrocho financeiro, diante da crise na economia e a dependência da Bahia dos recursos federais. Mas enfatiza a vontade do novo governo de acertar e o perfil de Rui como uma alavanca para o êxito. “A Bahia vai conhecer o grande gestor que é Rui Costa”. A conferir.
Tribuna da Bahia – O governador eleito Rui Costa (PT) fez questão de elaborar uma reforma na estrutura de governo junto à equipe de transição, a qual o senhor comandou. Há ineficiência no modelo atual? A máquina estava inchada?
Manoel Vitório – Olha, toda vez que você achar que está tudo rodando direito no ambiente público ou empresarial, você vai ter que rever seus parâmetros de novo. É um organismo que tem uma dinâmica própria e sempre será necessário ajustar para um novo momento. Nós já tínhamos identificado algumas superposições ao longo do tempo. Se fosse o governador Jaques Wagner (PT) também iria fazer alguns ajustes. Mas, claro que isso foi muito discutido pelo governador Rui Costa e chegamos a uma equação bastante interessante. O governo está mais focado, pois conseguimos afastar alguns sombreamentos, retirando alguns desperdícios de recursos, o que fez chegarmos a uma economia de R$200 milhões para os cofres públicos.
Tribuna – Qual será a principal mudança no novo modelo de gestão?
Vitório – Do ponto de vista sistêmico, eu diria que estamos criando uma estrutura que reforça o controle interno, já do ponto de vista finalístico, eu daria destaque especial para a questão hídrica e para a área rural com a criação das novas secretarias. Tem algumas modificações também nas áreas de Saúde, Educação e Segurança, mas eu diria que essas são as principais mudanças.
Tribuna – Houve muita crítica com relação à manutenção de alguns nomes do governo Wagner. Como o senhor vê essas críticas, sobretudo, em relação a áreas delicadas, como Segurança e Educação?
Vitório – Eu sou um dos nomes mantidos (risos), mas, o governador eleito conhece muito bem a máquina, o funcionamento e as pessoas dentro do governo, então é uma opção muito individual dele. Não podemos subestimar as escolhas de uma pessoa que conhece muito bem o governo, passando pela Serin e pela Casa Civil, nos últimos oito anos de gestão.