O programa de racionalização do consumo de água e energia desenvolvido pela Secretaria da Administração do Estado (Saeb) em parceria com a Universidade Federal da Bahia (Ufba), contabiliza economia de R$ 18 milhões desde 2008, quando foi implantado. O desempenho é resultado da ação dos Ecotimes, grupos formados por servidores públicos que monitoram o consumo diário e realizam visitas técnicas – para manutenção preventiva e corretiva – em escolas, hospitais e outros órgãos e entidades da administração pública estadual. Dos quase 800 prédios públicos da administração estadual, 300 receberam os Ecotimes. Nas 75 unidades contempladas em 2014, dos quais 15 escolas e 17 hospitais, uma das ações recorrentes foi a medição dos níveis dos reservatórios superiores, a fim de sondar o consumo de água em intervalo inferior a 24 horas, conhecê-lo quando estiver fora de atividade e assim detectar possíveis vazamentos.
Entre as soluções indicadas com maior frequência para resolver este e outros problemas, destacam-se a regulagem da vazão de torneiras, a instalação de equipamentos economizadores, a adequação dos horários de irrigação dos jardins e da forma de lavagem dos veículos e a instalação de mictórios. Segundo o secretário da Administração, Edelvino Góes, a adoção de princípios sustentáveis na gestão pública exige mudanças de práticas e atitudes. Nesse sentido, “o poder público como consumidor e norteador de uma política ambiental deve dar o exemplo para a sociedade, reduzindo os impactos ambientais dos órgãos e repartições públicas no dia a dia”.
Expectativa
Até o final de 2015, como afirma a coordenadora da área responsável pelo programa da Saeb, Camila Azevedo, a expectativa é aumentar o número de unidades do governo participantes do programa. “Acreditamos no potencial dos órgãos estaduais de disseminação das informações, que levem a mudanças de atitudes relacionadas ao uso racional da água e energia”. Quanto aos hospitais, grandes consumidores de água e energia, os Ecotimes também devem avançar este ano. “Se os hospitais da rede estadual realmente adotarem práticas de gestão racional do consumo, teremos no mínimo a duplicação dos resultados obtidos até agora”, explica Camila Azevedo.
Durante as visitas, os grupos realizam o cadastramento e diagnóstico das instalações hidrossanitárias e de energia dos prédios, orientam quanto ao monitoramento do consumo, via coleta, registro e análise de dados, e promovem serviços de manutenção preventiva, corretiva e de adaptação. Outra importante função dos Ecotimes é a pactuação de metas anuais de redução do consumo.
Agenda ambiental
No esteio dos resultados obtidos pelos Ecotimes, a Saeb decidiu há quatro anos aderir ao programa Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), do Ministério do Meio Ambiente. “O objetivo foi fortalecer a cultura institucional que estimula os servidores públicos a incorporar critérios de gestão socioambiental em suas atividades rotineiras, levando à economia de recursos naturais e à redução de gastos”, explica Edelvino Góes.
Entre as iniciativas adotadas por meio do programa, destaca-se a distribuição de copos permanentes aos servidores públicos da Saeb para redução do uso dos descartáveis. Como resultado, houve economia de 50% no consumo. Outras ações da Saeb estimuladas pela A3P foram a implantação de Pontos de Coleta Seletiva e de Pontos de Entrega Voluntária (PEV) para recolher materiais recicláveis (metal, vidro, plástico e papel) e a instalação de coletores de pilhas, baterias e material eletrônico.
Com a A3P, a Saeb iniciou ainda a realização de Circuitos de Trocas, com a finalidade de estimular o consumo consciente – os servidores trocam produtos (livros, CDs, eletrônicos, objetos de decoração, acessórios e confecções), que já não mais lhes interessam, mas que podem ser úteis a outras pessoas, prolongando a vida útil do bem.