Está longe de terminar as contendas travadas entre o deputado estadual Rosemberg Pinto (PT) e o presidente da Assembleia, Marcelo Nilo (PDT). Após rivalizarem pelo comando da Casa, o petista provocou o pedetista para que o mesmo entregue uma relação de todos os funcionários do Legislativo que trabalham através da contratação do Regime Especial de Direito Administrativo (REDA). O assunto sempre é tido como o calcanhar de Aquiles de Nilo, que sempre sofre pressão a respeito do tema. Rosemberg fez a solicitação em plenário e deu entrada em um requerimento formal.
Além dos nomes, o líder do PT quer a relação com os valores dos salários de cada um e a data de ingresso na Assembleia. Nilo, além da leitura, designou o deputado estadual Fabrício Falcão (PCdoB) como relator do pedido e colocou o texto para apreciação da mesa diretora da Casa. No entanto, como forma de alfinetar o pedido, o pedetista ressaltou que se o petista quiser mais “brevidade” para ter acesso aos nomes, poderá procurar “o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas do Estado porque eu já mandei para esses órgãos”, disse.
Nos corredores da Casa, ontem, o comentário era em torno da atitude tida como “desnecessária” do presidente de realizar a leitura do documento em plenário. Rosemberg anunciou que a atitude do rival pede “conflito” futuro entre as duas partes. “Esse procedimento” – a leitura do requerimento – “não é normal. Trata-se de um documento administrativo, que vai direto para o presidente despachar, sem necessidade de ir ao plenário ou à Mesa Diretora”, alegou o líder do PT ao Por Escrito.
Em conversa com a Tribuna, o deputado Marcelo Nilo classificou como “normal” a solicitação feita por Rosemberg. “Eu enxergo que é um direito dele fazer esse tipo de pedido como de qualquer outro deputado e reitero que eu disse: se ele quiser mandar um assessor dele no Ministério Público ou no TCE, vai encontrar tudo”, disse. Sobre as críticas encampadas da leitura do requerimento em plenário, o presidente da Casa alegou ter sido uma medida “transparente”. “Ele sempre cobrou que eu exercesse com transparência meu mandato na mesa diretora, e eu fiz isso”, justificou. O pedetista lembrou que podem tramitar duas formas o documento: leitura durante a sessão ou publicação no Diário Oficial. “Para não precisar ser publicado, eu li”, disse.
O deputado também lembrou que não existe nenhuma mágoa guardada na relação dos dois. “O que passamos no início da legislatura foi uma página virada. Não existe problema pessoal. Isso passou. Hoje, o deputado mais próximo a mim é Adolfo Menezes, então, da mesma forma como trato Adolfo, tratarei todos os deputados, inclusive os do PT”, contou.
GOVERNADOR – No ensejo do assunto, no fim de semana, o pedetista se encontrou com o governador Rui Costa (PT), contudo, não quis detalhar o teor da conversa. ”Foi uma conversa amistosa. Falamos de um tudo, política nacional e Assembleia”, disse. Rui confirmou o diálogo, mas não entrou nos por menores. Comenta-se nos bastidores que o encontro serviu para apaziguar os ânimos de Nilo que estava em pé de guerra com a bancada do PT na Assembleia por conta da possibilidade do processo que está para ser ingressado na Justiça contra a sua reeleição.
Outra questão que também deixa Nilo na expectativa é a Embasa. O chefe do Legislativo almeja a indicação da presidência da empresa em que já foi chefe, contudo esbarra em interesses do PT. Sobre o assunto, no início da semana, ele disse que está sossegado e espera pacientemente a decisão do mandatário do Palácio de Ondina. Extraído da Tribuna da Bahia.