Do último sábado até a manhã desta segunda-feira (20 a 22), o Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, atendeu um caso de queimadura por fogos de artifício e oito decorrentes da explosão de bombas. A depender da gravidade das lesões, estes tipos de acidente podem causar até a morte. E os tratamentos caseiros só fazem complicar os ferimentos.
O alerta é do médico André Luciano Andrade, diretor do HGE, unidade de referência em tratamento de queimaduras. Ele recomenda cuidados importantes durante a diversão junina – comprar fogos em locais autorizados, obedecer às orientações do fabricante contidas na embalagem e nunca deixar criança soltar fogos sozinha.
De acordo com o diretor do HGE, o número de ocorrências no período de festejos juninos. “Levando em consideração anos anteriores, a gente percebe que a maior procura [por atendimento] ocorre após o encerramento da festa. Enquanto os festejos acontecem, as pessoas usam paliativos e não procuram [assistência] médica. O resultado é a complicação do ferimento”.
Entre os dias 22 e 24 de junho de 2014, o Hospital Geral atendeu 41 pessoas, das quais 29 por queimaduras diversas, incluindo fogos de artifício, e 12 causadas por explosão de bomba. No ano anterior, a unidade registrou 45 atendimentos – 19 por queimaduras diversas e 26 por explosão de bomba.
Pronto atendimento
Segundo o médico, a Bahia possui várias Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) capacitadas para atender ocorrências de lesões consideradas leves. “Em casos mais graves, em que a vítima tenha [mais] de 20% do corpo queimado, os hospitais gerais de Salvador e de Santo Antônio de Jesus são a melhor escolha [para] o atendimento”.
A maioria dos acidentes que resulta em queimaduras acontece devido à falta de cuidados em ambientes domésticos, tendo as crianças como principais vítimas. Por isso o diretor do HGE orienta para que os pais fiquem mais atentos, principalmente, em relação ao comportamento dos filhos na cozinha.
“É muito comum chegar crianças [no HGE] com o corpo quase todo queimado. Quando a gente procura saber, o que a levou àquela situação, percebemos que a criança mexeu em uma panela no fogão, por ingenuidade, e a panela acabou virando por cima dela. É necessário que os pais afastem os filhos de locais de risco”, enfatiza o diretor do hospital.
Recomendações
O HGE tem equipe multidisciplinar de profissionais e a infraestrutura para prestar serviços de qualidade em emergência. Ainda assim, em muitas situações, antes da vítima chegar ao hospital, ela precisa de primeiros socorros. Mas, ao contrário do que muitas pessoas acreditam, nenhuma substância deve ser passada no local da queimadura – a não ser água corrente.
“Já vimos casos de pessoas passarem álcool, para não infectar, e até creme dental. Isso é contraindicado. Apenas a água limpa não causa danos. Segundo André Luciano, “após o primeiro socorro, a vítima deve ser encaminhada a uma unidade hospitalar para receber atendimento médico”.