O Brasil e mais 28 países votaram a favor da resolução que condena a grave situação dos direitos humanos e a crise humanitária na Síria. O projeto de resolução começou a ser analisado na quinta (2) pelo Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) e foi concluído na sexta (3). Houve 6 votos contrários e 12 abstenções. O documento repudia as sistemáticas violações de direitos humanos pelo governo sírio e pelos vários grupos terroristas que combatem no país, entre eles o Estado Islâmico e o Al Nusra, filial da Al Qaeda na Síria. A resolução também condena firmemente o emprego de violência sexual e de tortura nos centros de detenção e o uso contínuo de armas químicas, de armamento pesado e de bombardeios aéreos contra os civis pelas autoridades sírias.
Nas Nações Unidas, o peso de uma resolução é o de advertência e representa um dos principais instrumentos diplomáticos de pressão. Em nota divulgada na quinta (2), o Ministério das Relações Exteriores informou que o voto do Brasil a favor da resolução é porque o país vê com grande preocupação a persistência de graves violações de direitos humanos na Síria, “país ao qual está ligado por laços forjados pela numerosa comunidade de origem síria que faz parte de sua população”. De acordo com o Itamaraty, a delegação brasileira no Conselho de Direitos Humanos reiterou o compromisso do país em apoiar “todos os esforços direcionados à construção de solução política para o conflito sírio, por meio de negociações transparentes e inclusivas”.
A nota destacou ainda que a responsabilidade dos vários grupos armados de oposição por graves violações de direitos humanos não deve ser minimizada. “Todas as atrocidades e seus perpetradores devem ser condenados”, acrescentou o Itamaraty. Segundo informações do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, desde o início do ano, 2.926 civis morreram e 18 mil foram feridos na Síria em ataques aéreos do regime de Bashar Al Assad. Os dados indicam que, desde março de 2011, o conflito na Síria já causou mais de 230 mil mortos. Da Agência Brasil.