Reduzir o tumulto nos circuitos Dodô (Barra-Ondina) e Osmar (Campo Grande) e valorizar as entidades carnavalescas, em especial, os blocos afro. Com este intuito, o governador Rui Costa, acompanhado dos secretários estaduais Nelson Pelegrino (Turismo) e Jorge Portugal (de Cultura), conheceu na quarta-feira (12) o projeto Cidade do Carnaval, do cantor e compositor Carlinhos Brown.
A ideia, de acordo com o artista, também empresário musical, é que durante a folia grupos como o Ilê Aiyê, Olodum, Malê Debalê, Timbalada, Cortejo Afro, entre outros, desfilem no Centro Administrativo da Bahia (CAB). “Queremos que os conteúdos baianos tenham espaço para o mundo. Quando um bloco, como o Olodum, sai na Avenida, ele é invadido por outros blocos que já terminaram na praça”, explicou Brown. O presidente do Olodum, João Jorge Rodrigues, também participou da reunião.
O projeto contempla os veículos de imprensa que, durante anos, reclamaram do comprometimento na captura de imagens dos blocos afro durante a festa, em virtude do engarrafamento de trios elétricos, por exemplo. “Ensaiamos coreografias, preparamos músicas, cenas e a gente também não consegue mostrar. É tudo muito tumultuado”, disse Carlinhos Brown, que, em seguida, defendeu que o Carnaval na Avenida 7 volte a ser como sempre foi, “um Carnaval do povo. É possível fazer sem cordas porque os testes já foram [comprovados]”.
Apoio
De acordo com o secretário estadual do Turismo, Nelson Pelegrino, é uma nova ideia de utilização do espaço, que fará do CAB a cidade da cultura baiana. “O governador Rui Costa gostou muito da ideia de fazer um circuito cultural no Centro Administrativo e nos autorizou a ir adiante [no apoio ao projeto]. O próximo passo agora é viabilizar. A ideia já está concebida. Se Deus ajudar, no ano que vem, teremos mais uma opção no Carnaval da Bahia”.
O secretário de Cultura, Jorge Portugal, informou que não existe um número fechado em relação aos investimentos públicos, porém “há uma proposta para captação no valor de R$ 14 milhões pela Lei Rouanet. Pelegrino e eu recebemos a incumbência do governador de batermos às portas das empresas interessadas que possam apostar e investir neste Carnaval. Achei importante uma frase de Carlinhos Brown ‘tem Carnaval para todo mundo, a partir de então’.
O secretário observou que não é descartada a participação de outras entidades tradicionais do País no desfile no CAB. “Pode vir uma escola de samba. Pode vir o boi-bumbá de Parintins. [O CAB pode ser] um circuito complementar que vai atrair muita gente que [deseja] ver um carnaval cultural”.