O deputado estadual Alan Sanches, que é médico por formação e presidente da comissão de Saúde e Saneamento na Assembleia Legislativa, denuncia grave colapso no setor de saúde do estado. Alarmado, o deputado aponta problemas em inúmeras unidades, inclusive, as tidas como de maiores importância e, em especial, na capital baiana.
Ele elenca o fechamento de 10 leitos de UTI Geral Adulta do Hospital Roberto Santos; falta de plantonista pediátrico no Hospital Geral do Estado (HGE); fechamento da emergência de obstetrícia do Hospital Santo Amaro; paralisação dos médicos no Hospital Regional de Santo Antonio de Jesus (HRSAJ) por falta de pagamento; falta de marcação de cirurgia eletiva – os contratos de mutirões de cirurgias eletivas não foram renovados em Salvador, Vitória da Conquista, Itaberaba, entre outros; não resolução para o fechamento do Hospital Espanhol e o fechamento da maternidade do Hospital da Sagrada Família já decretado para novembro.
E não para por aí. Conforme denúncia encaminhada ao parlamentar, metade dos leitos de UTI do Hospital Regional de Guanambi (HRG) estão bloqueados por falta de medicamentos, papel toalha, álcool gel, etc. e as obras de ampliação estão paradas há meses; muitos leitos de UTI fechados também no Hospital Geral de Vitória da Conquista; assim como o contrato com Hospital da Bahia para cirurgias de alta complexidade, inclusive, neurologia, não foi renovado, bem como o do Hospital Salvador para as especialidades de obstetrícia e neonatologia.
“Isso tudo sem falar que a rede das farmácias populares sob gestão estadual está com várias unidades já fechadas e outras prestes a encerrar suas atividades. Portanto, se formos colocar na ponta do lápis já são milhares de pacientes sem atendimentos e, consequentemente, correndo risco de morte. Em suma, é o cenário desolador do descaso com a vida humana que, infelizmente, é a marca do governo do PT. Um verdadeiro retrocesso e que precisa de intervenções por parte do Ministério Público. Afinal, estamos falando de fatos que são de um prejuízo incalculável para sociedade e que não podem ser ignorados. Se o estado precisa reduzir custos que não seja na saúde, serviço essencial”, disparou.
O deputado complementa ainda que apesar dos protestos das entidades, já registrados junto à Secretaria da Saúde (Sesab) e ao Ministério Público do Estado a situação na UTI do Hospital Roberto Santos permanece. “Prejudicando ainda mais a já deficiente assistência prestada pela unidade, em decorrência do déficit de profissionais, das condições precárias e da carga excessiva de trabalho, conforme a própria categoria denuncia”.
No caso da maternidade do Hospital Sagrada Família, o parlamentar brada que serão fechados três andares com 22 leitos convencionais e dez de pré-parto, parto e pós-parto, onde acontecem os partos naturais e dez leitos para bebês em risco na UTI neonatal e outros quatro na unidade intermediária. “Ignorando que a UTI neonatal recebia recém-nascidos de risco determinados pela central de regulação do estado, a grande maioria de prematuros e nascidas em locais sem o menor recurso. E para onde eles irão agora”, questionou, sem esconder a indignação e afirmando que fará uma verdadeira força tarefa na Assembleia, de forma a reverter este cenário.