O documentário Mapeamento e Memória do Circo na Bahia será lançado na quarta-feira (18), às 14h, no Museu de Arte da Bahia (MAB), como parte de um projeto que surge como registro inédito, de valor histórico e cultural que, além de reconhecer e valorizar as artes circenses, aponta demandas para o planejamento e a continuidade de políticas públicas específicas para o setor. O filme, que reflete o mapeamento realizado no estado, onde inicialmente foram identificadas 56 Companhias, será apresentado pelo Núcleo de Artes Circenses da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult).
Mapeamento e Memória do Circo na Bahia, o vídeo, revela, a partir dos depoimentos de destemidos profissionais circenses, memórias envolvidas pelo amor incondicional à arte e ao respeitável público. As histórias transbordam uma vontade de viver plenamente a missão de levar alegria a crianças de todas as idades.
Projeto homônimo
O documentário Mapeamento e Memória do Circo na Bahia, que será distribuído para todo o Brasil, é um dos resultados do projeto homônimo, iniciado em 2007, através de catalogação em formulários que evidenciam as atividades artísticas, econômicas e educacionais dos grupos participantes, entre escolas de circo, circos itinerantes, grupos, trupes e artistas independentes atuantes na Bahia.
O projeto contou ainda com registro fotográfico e audiovisual durante o período, que possibilitou a realização deste documentário. O material bruto foi utilizado, em março de 2012, na veiculação de três VTs pela TVE Bahia, demonstrando momentos e resultados do projeto, feito através de viagens por toda a Bahia no contato direto com os circenses que atuam no estado.
“A partir destes contatos diretos foi possível coletar mais informações, consolidando uma visão mais ampla do Circo na Bahia. Esta visão mais aprofundada do universo circense no estado permite análise e reestruturação de políticas públicas para este setor cultural”, considerou a diretora da Funceb, Fernanda Tourinho. O estado da Bahia figura entre os raros, do país, que possuem em sua estrutura de gestão pública cultural, um setor específico para o Circo, segmentado de outras áreas, como Teatro.
Investimentos
A Bahia vem despontando no desenvolvimento de políticas públicas específicas para o Circo, no entanto ainda há muito a ser feito. A partir de ações de Governo, como a implantação do Colegiado Setorial de Circo e a iminente aprovação do Plano Setorial de Circo, o relacionamento entre poder público e sociedade civil vem ganhando, cada vez mais, contornos de linearidade. É o que destaca a coordenadora do Núcleo de Artes Circenses da Funceb, Vika Mennezes. “O lançamento deste documentário que desvela um pouco da memória da atividade circense no estado configura-se em um momento de celebração e conquista para a classe. A distribuição dos exemplares dentro e fora do estado promoverá ainda mais a difusão do circo baiano”.
Em diversos estados brasileiros, existe ainda uma precariedade de investimentos por parte do poder público. Nas últimas décadas, porém, tem-se registrado uma maior atenção às artes circenses, sobretudo com o surgimento das Escolas de Circo, no final dos anos 1970, e com editais e premiações federais específicos para a área.
Na Bahia, a importância do diagnóstico realizado se reflete em ações como o Edital Fura-Fura (2008) – atual edital Setorial de Circo -; três edições do Programa de Qualificação nos Circos; lançamento e distribuição do livreto Bahia de Todos os Circos; criação e disponibilização do projeto Praça do Circo; inclusão do Circo na Temporada Verão Cênico; ampliação de recursos financeiros para atender ao setor (Difusão, Circulação, Pesquisa, Montagem etc); e, ainda, os cursos em parceria com a Fundação Nacional de Artes (Funarte).