As homenagens ao Dia da Consciência Negra na Bahia foram marcadas pela presença do ex-presidente do país, Luiz Inácio Lula da Silva. O petista foi homenageado pelo movimento negro baiano por ter desenvolvido políticas públicas durante suas gestões de presidente. Lula esteve com o governador Rui Costa e com lideranças de movimentos sociais, políticos e militantes do Partido dos Trabalhadores, como o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA). Todos defenderam as ações governamentais e enfatizaram a cultura e a religião de matriz africana. “Estamos seguindo em frente e apontando que essas políticas, como cotas e projetos culturais voltados para a população negra são investimentos e são também métodos de reparação”, aponta Valmir ao lado da secretária de Promoção da Igualdade Racial, Vera Lúcia Barbosa.
Para Valmir, o dia representa a força do movimento negro e reflete a atuação de Zumbi dos Palmares, líder morto no dia 20 de novembro de 1695. “Ele representa a história do povo, que trilha um caminho de resistência à discriminação racial sofrida”, salienta Assunção. O parlamentar também questionou a baixa representatividade dos negros na Câmara Federal e pediu cotas para os políticos negros. “Temos que reverter a distorção histórica nas propostas apresentadas na Câmara, e de como o Congresso observa seus representantes. É um problema de racismo histórico atrelado ao financiamento empresarial de campanhas”.
Para Lula, ainda falta muito para ser feito. “Nunca na história desse país, um negro teve oportunidade de ser doutor, engenheiro e não só ajudante de pedreiro nas grandes capitais. Nunca nesse país se deu oportunidade às meninas para ser médicas e não só empregadas domésticas”, frisa o ex-presidente enumerando as ações dos governos petistas. O deputado petista também falou da presença do ex-presidente Lula em Salvador em um momento importante para o país, onde é preciso se aproximar cada vez mais dos movimentos sociais.
“Lula marcou as homenagens a Zumbi dos Palmares, um agenda construída pelo Fórum de Entidades Negras. A Bahia segue com Rui Costa desenvolvendo atividades de cultura e de afirmação da identidade negra, isso é uma marca do governo dele. A Década Internacional Afrodescendente também será um marco para o país. A Organização das Nações Unidas [ONU] instituiu essa ação e teremos políticas afirmativas até dezembro de 2024”, completa Valmir, que ainda acompanhou as apresentações do Ilê Aiyê, Muzenza, Cortejo Afro, Os Negões e o Malê de Balê. Esteve ainda no ato em Salvador, a ministra da Cidadania, Nilma Guedes.