O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo, ainda está no PDT, aguarda parecer do Tribunal Regional Eleitoral do estado (TRE) para decidir sua saída da sigla, mas o PSL, partido com o qual o parlamentar negocia seu destino, já faz planos com a atuação do legislador. Em conversa com a reportagem da Tribuna, o presidente estadual da agremiação na Bahia, Antônio Olívio Vasconcelos, voltou a afirmar que o elemento que separa Marcelo Nilo do PSL é o TRE. Nilo foi à Corte eleitoral e pediu uma ação declaratória de justa causa para saber se sua desfiliação do PDT não seria enquadrada na infidelidade partidária.
No entanto, como parte do processo, a Procuradoria Regional Eleitoral da Bahia, através do procurador Ruy Mello, informou à Tribuna que o parecer do órgão foi pelo não procedimento da ação, o que significa que, se o TRE acolher a orientação da PRE em sua decisão, Nilo deverá aguardar a janela partidária em março para se desligar do PDT. Seu argumento apresentado para sair da legenda pedetista foi de que estaria sofrendo perseguição dentro da sigla, onde teve desentendimentos com o presidente, o deputado federal Félix Mendonça Júnior.
Olívio, além de reforçar que a negociação com o presidente da AL está avançada, fez previsões sobre a chegada do deputado ao partido. “Marcelo tem tudo para ser uma das lideranças nacionais do PSL. Ele está trazendo inclusive deputados de outros estados para encontros do partido aqui em Salvador”, contou o dirigente, que revelou ter ocorrido um encontro entre Nilo e os membros nacionais do PSL, mas que um outro encontro está agendado para o próximo dia 10. “Vamos ter outra rodada aqui no dia 10 com deputados federais de Minas Gerais. Ele está sendo um grande articulador do PSL.
Temos tudo para crescer o partido junto com o deputado Marcelo Nilo”. Recentemente, de modo sucinto, Nilo afirmou que não está preocupado com sua migração partidária e que “aguarda a decisão do TRE”. No entanto, se a Justiça Eleitoral negar a justa causa ao deputado, ele poderá sair e se filiar ao PSL antes da janela partidária, mas estará sujeito à perda do mandato. Apesar do entrave, Antônio Olívio se mostra otimista e faz planos para o partido incluindo Nilo.
“Nossas inserções [na TV] serão a partir de 23 de março, já foram aprovadas, e provavelmente já será o deputado Marcelo Nilo quem vai estar à frente das peças no estado da Bahia. Agora, só está dependendo do TRE. Mas eu diria que ele tem 99,9% de chance de ser o presidente do PSL”.
Objetivo é vaga no Senado
Ao não conseguir sair candidato ao governo do estado no ano passado na base do governo petista, o deputado Marcelo Nilo tem como projeto pessoal e político buscar uma vaga no Senado Federal em 2018. Em seu desenho no momento, ele visualiza o PT com Rui Costa buscando a reeleição, a vice da chapa continuaria com o PP e as duas vagas da base do governo no Senado seriam destinadas a ele e ao atual ministro da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, Jaques Wagner (PT).
Para se viabilizar dentro da base do governador Rui Costa, Nilo empreendeu uma verdadeira operação para conseguir um partido onde pudesse ter pleno poder na direção do mesmo. Inicialmente, investiu na criação do Partido Liberal (PL), mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não aprovou o registro da sigla. Depois, tentou ingressar no PSD, mas as tratativas não frutificaram, pois o partido na Bahia é comandado pelo senador Otto Alencar, que não abriria mão de dirigir sua agremiação que ajudou a fundar. Em seguida, Nilo mirou o Pros, mas também não obteve êxito e, por fim, passou a conversar com o PSL, para onde a expectativa é grande no sentido de se concretizar a filiação. Matéria extraída na íntegra da Tribuna da Bahia.