Os governos do Estado da Bahia e da União terão que garantir o fornecimento essencial de material e pessoal para o combate aos incêndios que atingem a Chapada Diamantina há 40 dias. Liminar nesse sentido foi deferida neste domingo (13), pelo juiz federal plantonista Leonardo Poupério, em atendimento parcial a Ação Civil Pública impetrada pelas Defensorias do Estado e da União. As medidas deverão ser cumpridas até às 8 horas do dia 16, quarta-feira, sob pena de multa diária de R$ 10 mil, além da responsabilização dos agentes que se recusarem a cumprir o determinado.
A Ação Civil Pública foi ajuizada pelos defensores públicos da DPU/BA e da DPE/BA com pedido de urgência no que se refere ao fornecimento de equipamentos de proteção individual, aeronaves, veículos, dentre outros. O juiz federal, em sua liminar, determinou a disponibilização de cinco veículos para deslocamento de tropas; 400 kits de combate a incêndio com materiais de proteção individual; apoio aéreo de pelo menos quatro helicópteros; 30 brigadistas; além da manutenção das medidas até o fim da operação de rescaldo.
Ao tomarem conhecimento no sábado (12/12) de que o fogo já estava atingindo comunidades locais, com grave risco de alcance à zona urbana de Lençóis nas próximas horas, a DPU/BA e a DPE/BA entenderam pela necessidade emergencial de ajuizamento de uma Ação Civil Pública, requerendo a atuação imediata do Estado e União no fornecimento de material e pessoal essenciais ao controle do fogo na Chapada Diamantina.
Assinaram a ACP em defesa da Chamada Diamantina Átila Dias, Charlene Borges e Érik Boson, pela Defensoria Pública da União, e Aline Khoury, Felipe Noya e Gil Braga, pela Defensoria Pública do Estado da Bahia. Os defensores públicos pretendem ir à região nos próximos dias para verificar a situação da comunidades e o cumprimento da liminar.
Leia também:
Ibicoara: Parque onde fica a cachoeira do Buracão será reaberto nesta segunda; entenda o fechamento
Fogo na Chapada: Incêndio em Andaraí atinge Ilha do Rio Paraguaçu; veja fotos
Governo informa que comprou R$ 500 mil em equipamentos para uso de brigadistas na Chapada Diamantina
Mais de 40 dias de combate ao fogo
O incêndio na Chapada Diamantina começou em novembro, quando a região recebeu equipes para controle. Em razão de chuvas, o fogo foi controlado, tendo sido a equipe desmobilizada antes do procedimento de rescaldo (monitoramento das áreas). Porém, nessa semana, o fogo voltou a se alastrar na Chapada, sem que Estado e União tenham fornecido pessoal e equipamentos necessários ao seu combate efetivo.
De acordo com os autores da Ação Civil Pública, a medida mostra-se emergencial em razão das proporções da queimada e seu avanço célere. Enquanto elaboravam a ACP os defensores públicos estaduais e federais tomaram conhecimento de novos focos de incêndio, tamanha é a rapidez em que o fogo se espalha, devastando o meio ambiente e prejudicando as comunidades locais.
Os defensores públicos argumentaram que inúmeros apelos têm sido veiculados pela imprensa informando a insuficiência no número de pessoal treinado para atuação no combate à queimada, ínfimo número de equipamentos de segurança pessoal (o que tem colocado em risco os brigadistas e bombeiros que se encontram em atuação), além da insuficiência na quantidade de veículo com combustível para o transporte dos brigadistas até os focos de incêndio. As informações são da DPU.
Leia também
Novos incêndios atingem Barra da Estiva e Andaraí; Morro do Ouro e Roncador sob ameaça
Fogo na Chapada: Ventos fortes durante a noite aproximam chamas de casas de povoado no Vale do Capão
Situação volta a complicar na Chapada Diamantina; Capão, Ibicoara e Lençóis combatem chamas