O Ministério Público, por meio do promotor de Justiça Pablo Almeida, vai instaurar um inquérito civil para apurar o porquê da não adoção pelos entes públicos de ações de controle de queimadas, prevenção e combate aos incêndios na região de Jacobina e Miguel Calmon. A decisão foi anunciada na reunião, realizada na manhã desta segunda (14), no Centro de Cultural de Jacobina, para tratar dos incêndios.
No encontro foi instalado também o Comitê de Gerenciamento de Crise, integrado por diversas autoridades, sob a coordenação do Corpo de Bombeiros, para discutir as melhores estratégias de combate ao fogo e avaliar as necessidades técnicas dos órgãos. O promotor de Justiça Pablo Almeida integrará o comitê, que se reunirá diariamente às 18h.
A reunião tratou, especialmente, dos focos surgidos a partir de 07 de dezembro deste ano quando um incêndio se alastrou “sem controle”, colocando em risco a região de Vila de Itaitú, em Jacobina, onde fica a Cachoeira Véu de Noiva e um importante conjunto histórico-arquitetônico, chegando até as imediações do Parque Estadual Sete Passagens, em Miguel Calmon.
De acordo com o promotor Pablo Almeida, investigações preliminares revelam que o foco do incêndio se originou em área da empresa Yamana-Gold (JMC – Jacobina Mineração e Comércio), “fruto da ação ilegal de garimpeiros que invadem a área para explorarem o ouro sem autorização”. Apesar do combate de brigadistas voluntários e dos 90 brigadistas da empresa, com o apoio dos Municípios de Miguel Calmon e Jacobina, bem como de 30 pessoas do Parque Estadual Sete Passagens, em Miguel Calmon, o incêndio não conseguiu ser debelado. A estimativa do gestor do parque é que “mais de 3 mil hectares já foram consumidos pelo fogo”.
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O promotor afirma que há uma estimativa de que sejam necessários, “neste momento, quatro aeronaves, sendo três helicópteros, e um avião, além de enxadas, foices, facões, botas e equipamentos de segurança individual, além de insumos como água e alimentos”. O MP, através do Núcleo de Defesa da Bacia do São Francisco (Nusf), irá disponibilizar 25 rádios de comunicação, bem como veículos e servidores para auxílio administrativo no combate aos focos.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente do Estado da Bahia, Eugênio Spengler, já foram gastos quase R$ 11 milhões no combate ao fogo este ano pelo Governo. Um helicóptero foi enviado a Jacobina para ajudar no combate aos focos. A Universidade do Estado da Bahia (Uneb) já montou um ponto de coleta de donativos no campus. Texto de Gabriel Pinheiro extraído do site do MP-BA.