Em greve desde a última quinta-feira (21), os socioeducadores, profissionais que cuidam da reintegração socioeducativas de menores infratores, tiveram sua manifestação contida pela tropa de Choque da polícia Militar na manhã da última sexta-feira (22) em Salvador. Os socioeducadores contratados pela Fundação José Silveira que prestam serviço pelas Casas de Acolhimento de Menores (CASES), vinculada a Fundação da Criança e do Adolescente (Fundac), se manifestaram pedindo aumento salarial e melhoria nas condições de trabalho.
Com a greve, o atendimento, acompanhamento, além da supervisão das CASES estão comprometidas. “Tentamos negociar de todas as formas. Paralisamos em advertência, enviamos ofício, pedimos interlocução política, mas nada sensibilizou a Governo”, explica Antônio Reis, diretor do Sindicato dos Agentes Disciplinares Penitenciários e Agentes Socioeducadores Empregados Terceirizados, Temporários e Contratados em Regime Especial Administrativo do Estado da Bahia (Sindap).
De acordo com o blog Sempre na Luta 39 a Fundac foi quem pediu a presença da tropa de Choque. E de acordo com nota oficial do Sindap há relatos de confrontos e, inclusive, utilização de bala de borracha, já que os trabalhadores manifestaram indignação pelo uso da força repressiva sem nenhum ato que justificasse a presença da polícia de choque.
“Estranhamos que um governo com origens na luta popular e sindical reprima desnecessariamente uma greve ordeira e sem nenhum incidente. A tropa de Choque é uma polícia para reprimir grandes manifestações e comprometimento da ordem pública, o que não foi o caso. Achamos lastimável essa postura”, desabafa Reis.
Como não houve negociação sobre as demandas dos socioeducadores ainda não há perspectiva de retorno aos trabalhos. O Sindap afirma que promoverá atos de protesto pela capital baiana nos próximos dias para que a sociedade tome conhecimento dos problemas da classe.