A imprensa teve acesso à delação premiada do ex-líder do governo no Senado Federal, Delcídio do Amaral (sem partido-MS), preso por tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. Amaral citou vários nomes, entre eles o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e detalhou os bastidores da compra da refinaria de Pasadena pela Petrobrás, entre outros assuntos. Segundo Delcídio, a presidente Dilma Rousseff (PT) tentou interferir diretamente na Lava Jato, articulando a nomeação de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que, segundo informações da Revista IstoÉ, reproduzidas pelo site Bocão News, poderiam ser simpáticos aos envolvidos e suspeitos de receber e pagar propina.
Conforme publicou o Estadão, as primeiras revelações do ex-líder do governo fazem parte de um documento preliminar da colaboração. “Nesta fase, o delator indica temas e nomes que pretende citar em seus futuros depoimentos após a homologação do acordo”, aponto o texto do diário paulista. Delcídio foi preso no dia 25 de novembro de 2015 e solto no dia 19 de fevereiro. Desde que saiu da prisão, Delcídio nega ter feito delação premiada.
Outro dado que pode atingir em cheio o ex-presidente Lula aponta que ele foi o mentor da conversa que Delcídio teve com o advogado e filho de Nestor Cerveró. Para não ter o nome envolvido na Lava Jato, Delcídio propôs plano de fuga para o ex-diretor da Petrobras. A ideia era de que quando Cerveró saísse da cadeia em Curitiba fosse direto para o Paraguai. A sugestão foi do próprio senador da República. Do Paraguai, Nestor Cerveró seguiria para a Espanha e sumiria do mapa. Com informações da IstoÉ, Bocão News e Estadão.